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Bocados de caprinos na pastagem de aruana (“Panicum maximum” cv. aruana) e de he


Publicado em: 23/01/2007 09:13 | Categoria: Geral

 

Artigo

O experimento realizou-se no Capril Campo Largo, em Campo Largo (PR), nos dias 8 e 16 de maio de 2004, em dois piquetes de 672m² cada, um de aruana (AR) e um de hemartria (HM), com disponibilidade de 8.642 e 34.333 kgMS/ha, respectivamente. A altura de AR era 13,66 e de HM 16,00 cm. Realizaram-se ensaios em dois turnos distintos (manhã e tarde), sendo quatro em AR e quatro em HM.

Os animais avaliados foram seis cabras SRD com fraldas geriátricas para reter fezes e urina. Em duas cabras adaptou-se uma focinheira para impedir a ingestão de pastagem e para serem parâmetro de estimativa de perdas. Os animais foram pesados em balança com precisão de 50g, colocados no piquete por uma hora, sendo contado o número de bocados nesse período e pesados novamente após o pastejo. A diferença de peso pós-pastejo e pré-pastejo, somada à média das perdas das cabras de focinheira, resultou na ingestão durante o pastejo. A massa ingerida dividida pelo número de bocados no mesmo período resultou na massa do bocado, em peso verde de forragem. Calculou-se AD = 8,6 M0,36, onde AD é a largura da arcada dentária (mm); M = massa corporal (kg). Determinou-se a área potencial de cada bocado: AB = AD1,97, onde AB é a área do bocado em mm2. As variáveis foram analisadas pelo Stastistica v. 5.0.

Resultados e Discussão

A área média do bocado dos caprinos foi de 8,76+0,73 cm², não havendo diferença (P>0,05) entre os animais que tinham peso médio de 35,83+4,24 kg. O valor encontrado para caprinos foi menor que a área de bocado relatada por PARSONS et al. (1994) de 12 cm2 para ovinos e de 50 cm2 para bovinos. Não houve diferença (P>0,05) no peso do bocado entre os dias e nem entre os turnos. O peso médio do bocado de aruana foi de 0,32+0,16g e de hemartria foi 0,47+0,24g, sendo diferentes entre si (P<0,05). O peso de matéria seca do bocado de aruana foi de 0,08g, sendo inferior (P<0,05) ao de HM, 0,15g, com base na matéria seca da forragem.

Com relação à matéria verde a diferença de peso entre espécies foi de 0,15g, já em matéria seca, 0,07g, o que é explicado pelo teor de matéria seca de AR ser 25% e de HM 31,95%. A relação folha-colmo foi diferente (P<0,05), AR=2,59 e HM=0,59 (P<0,05), o colmo além de ser mais pesado que a folha possuía valor de matéria seca 4,91% superior à folha para AR e 3,70% para HM. Essas variáveis determinam que um bocado de mesma área será mais pesado em HM em relação à AR. Os valores relatados para massa de bocado variam bastante, entre 1 a 60 g de matéria seca para ovinos, 2 a 160 g para bovinos (HODGSON, 1986; PRACHE e PEYRAUD, 1997), isso se deve a diferentes metodologias e ambientes de pastejo.

Conclusão

A área do bocado dos caprinos foi semelhante, no entanto, a massa apreendida foi diferente entre aruana e hemartria pelo fato dessas espécies possuírem estruturas diferenciadas de folha e de colmo.
   

Referências Bibliográficas

GIBB, M. Animal grazing/intake terminology and definitions. In: PASTURE ECOLOGY AND ANIMAL INTAKE, 3, 1996, Dublin. Proceedings... 1998, p.21-37.

PARSONS, A.J., COLLET, B., LEWIS, J. 1984. Changes in the structure and physiology of a perennial ryegrass sward when released from a continuous stocking management: implications for the use of exclusion cages in continuously stocked swards. Grass and Forage Sci., 39: 1-9.

HODGSON, J.1982. Ingestive behaviour. In: LEAVER,J.D. Herbage intake handboock. Dumfries: The British Grassland Society. p.113-138.

Por:

Carina S. de Barros, méd. vet. e mestranda em Ciências Vet. pela UFPR

Cláudio José A. da Silva, eng. agro. e mestrando em Agronomia pela UFPR

João Ricardo Dittrich, méd. vet. e profº. de Zootecnia da UFPR

Alda Lúcia G. Monteiro, eng. agro. e profª. de Zootecnia da OFPR


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