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Homeopatia Veterinária: Outra Forma de Curar


Publicado em: 06/06/2011 10:27 | Categoria: Geral

 

Artigo

“Existem doentes e não doenças.” Hipocrates, pai da Medicina (460 a 350 aC), afirmava que existiam duas formas de curar: a cura pelos contrários (Crontraria Contrariis Curentur) e a cura pelos iguais (Similia Similibus curentur).

Da cura pelos contrários surgiu a Alopatia do grego allos = contrário e páthos = doença; o tratamento das enfermidades tratadas com medicamentos contrários a ela, a dor, por exemplo, tratada com sedativos, a inflamação com antiinflamatório, a diarréia com antidiarreico, tentando combater a doença.

Da cura pelos iguais surgiu a Homeopatia – palavra de origem grega: hómoios = semelhante e páthos = doença. Significa doença ou sofrimento semelhante, ou seja, empregar na doença que se deseja curar o medicamento que é capaz de produzir uma doença artificial muito semelhante à doença natural.

A Homeopatia foi concebida em 1796 pelo médico alemão Samuel Hahnemann, que não aceitava a medicina drástica da época. Neste período, eram usadas como técnicas terapêuticas sangrias, sanguessugas e administração de vomitivos, purgat, suadores e outras técnicas que debilitavam ainda mais o paciente; além disso usavam o mesmo método de tratamento para todos os enfermos. É importante ressaltar que o período foi de grandes epidemias, as quais assolavam a Europa, e a população tinha pequena expectativa de vida.

Hahnemann ficou 14 anos afastado da medicina, pois havia optado em ganhar a vida com traduções de livros médicos. Foi quando traduzindo uma matéria médica sobre os efeitos terapêuticos da China officinalis ou quinina, casca de uma árvore nativa da região dos Andes usada pelos índios da América do Sul para tratar a malária ou febre intermitente; percebeu a semelhança entre os sintomas da doença e os sintomas da intoxicação pela China. Então, resolveu tomar, triturou e tomou o pó da casca da árvore, comprovando que os sintomas da intoxicação eram os mesmos da doença e concluiu, então, que a quina era utilizada no tratamento da malária porque possuía efeitos semelhantes em pessoas saudáveis.

Animado com os resultados, experimentou beladona, digitalis, mercúrio e outros medicamentos extraídos, dos três reinos da natureza: animal, vegetal e mineral. Iniciou a experimentação usando medicamentos em matéria ou substância bruta e percebeu que alguns pacientes desenvolviam quadros de intoxicação. Desta forma, começou a fazer diluições, percebendo que acima da CH 12 (Centesimal de Hahnemann) não tinha mais matéria e os experimentadores desenvolviam sinais e sintomas em outros níveis além do material: os sentimentos, as emoções, as sensações e sonhos.

A Homeopatia vê o homem como uma unidade indivisível, formado de corpo, alma e princípio vital (tipo sutil de energia comum a todos os seres vivos, regula dinamicamente as sensações e funções do corpo e mantém suas partes em harmonia), ou seja, uma parte material visível e imaterial invisível. A enfermidade é o desequilíbrio da energia vital que se manifestam por sinais e sintomas, as lesões que se localizam em um órgão ou tecido, não são a enfermidade, mais efeitos da enfermidade. A enfermidade é entendida como uma manifestação da energia vital na tentativa de equilibrar-se através de febre, vômitos, diarréia, prurido, inquietude, etc.

O Veterinário Homeopata procura no seu paciente uma unidade, uma individualidade; encontrar correspondência em um medicamento que teve origem nos reinos da natureza, que diluído e dinamizado, de acordo com a técnica farmacológica homeopática, libera a energia terapêutica, que estava latente na substância bruta, passando a agir na energia vital do paciente através da similitude e levando à cura.

A Homeopatia possibilita ao médico veterinário avaliar o paciente como um todo e perceber onde está o desequilíbrio e porque ocorreu, uma visão ecossistêmica, em rede, onde tudo está interligado e inter-relacionado, não existe separação: uma rede de trocas com o meio onde se vive e se relaciona, podemos melhorar a qualidade de vida de todas as espécies animais.

Os animais de companhia, por exemplo, que têm de se adaptar a viver em apartamento, dentro de um quadrado sem acesso à natureza, não podemos mudar essa realidade, mas podemos orientar o proprietário a fazer passeios diários, brincar ao chegar em casa, e se possível uma companhia que nem precisa ser da mesma espécie. Como Bia, uma yorkshire, que vive em apartamento e ficava de 12 a 15 horas sozinha, estava sem pelos nas patas dianteiras e traseiras, diagnosticada como dermatite atópica, mostrando pela simbologia da pele, que o que estava faltando para ela era o contato com o outro. Após tratamento homeopático, Bia está peluda e convive com Cida uma calopsita que vive solta e em cima dela.

Bibliografia

- Hahnemann Samuel. Organon da arte de curar. 6ª edição - Buenos Aires.1976.
- Danciger,Elizabeth. Da alquimia a Homeopatia. Xenor Editora – RJ 1992.
- Capra, Fritjof. A teia da vida. Editora Cultrix – SP 1996.

Por Méd. Vet. Vânia Noureley Ayres da Silveira,
Especialista em Homeopatia Veterinária
Centro Brasileiro de Homeopatia Veterinária e Estudos Sistêmicos
www.cbhvet.com.br


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