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Exportação de carne e crise americana podem influenciar
Segundo o economista Luis Fernando Azevedo, da Rosenberg & Associados, a União Européia consome cerca de 30% da carne exportada pelo Brasil. “É um volume considerável, por isso o fechamento do mercado vai impactar no preço interno.” Em 2007, o preço das carnes subiu 22,15% no Brasil, de acordo com o IBGE. Mas ele ressalta que as exportações devem voltar à normalidade em pouco tempo, já que as carnes na União Européia tiveram um reajuste de 20% apenas com o anúncio da proibição da importação.
A queda esperada para as carnes deve atingir também para outros cortes. Em 2007, o frango inteiro teve alta de 19,5% em Curitiba e o porco, 15,85%. “Todas as carnes são substitutos próximos, então a alta de uma acaba elevando a outra”, explica Azevedo. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias do Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, o preço das aves no atacado caiu 20%
O professor e pesquisador do Estação Ibmec Jedson César de Oliveira diz que há alguns cenários possíveis que podem resultar no recrudescimento da inflação em 2008. “Uma crise mais intensa nos Estados Unidos, que é o país que mais importa no mundo, ou crise em uma nação emergente, como a China, poderia afetar o câmbio. É importante ressaltar que a inflação só não subiu mais no ano passado porque o câmbio está bem comportado.” Azevedo, da Rosenberg, também diz que a taxa cambial tem influência direta na inflação. “O maior risco é de uma depreciação do real, caso a crise nos Estados Unidos se aprofunde, causando uma fuga de capitais do país”.
Outra possibilidade seria um choque de demanda no Brasil, caracterizado por aumento de consumo generalizado. “Acho isso mais difícil de ocorrer porque as empresas têm investido bastante em máquinas e equipamentos, então a oferta deve acompanhar a demanda.”
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