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O novo coronavírus e os animais de companhia


Publicado em: 25/06/2020 11:13 | Categoria: Geral | Autor: Louise Bach Kmetiuk, Andrea Pires dos Santos, Alexander Welker Biondo, Helio Autran de Morais

 

Artigo

O novo coronavírus e os animais de companhia
Aprendendo fisiopatologia do SARS-CoV-2 e
COVID-19 nos animais

Ruana Renostro Delai, MV, CRMV-PR 16.687, Residente de Medicina Veterinária do Coletivo, Universidade Federal do Paraná, UFPR, Curitiba, Paraná. ru.renostro@gmail.com
Louise Bach Kmetiuk, MV, CRMV-PR 14.332, MSc., Dra. Bolsista, Instituto Carlos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná). louisebachk@gmail.com
Andrea Pires dos Santos, MV, CRMV-RS: 7.273, MSc., DACVP (diplomada pelo Colegiado Americano de Patologia Veterinária), Profa. Dra. Assistente, Patologia Clínica Veterinária, Purdue University, Lafayette, IN, EUA. santos1@purdue.edu
Alexander Welker Biondo, MV, CRMV-PR 6.203, MSc, Prof. Dr. Associado, Disciplina de Zoonoses e Medicina Veterinária do Coletivo, Departamento de Medicina Veterinária, UFPR. abiondo@ufpr.br
Helio Autran de Morais, MV, MSc., PhD, DACVIM (diplomado pelo Colegiado Americano de Medicina Interna Veterinária – Medicina Interna e Cardiologia), Prof. Dr. Titular, Medicina Interna, Oregon State University, Corvallis, OR, EUA. helio.demorais@oregonstate.edu


COVID-19

Desde dezembro de 2019, a doença altamente contagiosa chamada COVID-19 (coronavirus disease 2019), causada pelo vírus SARS-CoV-2 (Severe acute respiratory syndrome coronavírus 2), tem ocorrido entre os seres humanos 1,2. Já em janeiro de 2020, devido à sua rápida expansão em diferentes países, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional 1. Em março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como pandemia 1.

O epicentro inicial da COVID-19 esteve vinculado aos mercados atacadistas de frutos do mar e de animais exóticos de Huanan, Wuhan, província de Hubei, China 1. A partir de análises de sequências genômicas completas do novo coronavírus coletadas de cinco pacientes durante o estágio inicial do surto em Wuhan, observou-se 79,6% de similaridade com outro SARS-CoV (Severe acute respiratory syndrome coronavírus) e 96% de correspondência com o genoma inteiro de um coronavírus encontrado em morcego 2. Corroborando com essas análises, outro estudo sugeriu que o SARS-CoV-2 não teve origem ou manipulação em laboratório, e que uma fonte animal pode estar envolvida com os casos iniciais de COVID-19 associados ao mercado de Huanan 3. Ainda, estudo mais recente observou que a nível do genoma, coronavírus encontrado em pangolin apresentou 91,02% ao SARS-CoV-2 4.

Segundo a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, 75% das doenças infecciosas ou parasitárias emergentes ou reemergentes do último século tiveram origem em animais, sendo consideradas zoonoses, como por exemplo os vírus HIV, Influenza Aviária e Influenza Suína 5.

Apesar de origem e ancestrais diretos ainda não identificados, o genoma do SARS-CoV-2 parece próximo ao coronavírus de uma espécie de morcego, e em seguida ao de uma espécie de pangolin 2,3,4. Contudo, ainda pouco se sabe sobre se animais de estimação, como cães e gatos, desempenham algum papel na propagação da COVID-19 entre os seres humanos (Figuras 1 e 2).


 

Figura 01. Apesar da proximidade do genoma do novo coronavírus com os coronavírus encontrados em morcegos e pangolins, ainda é incerto se cães e gatos possuem papel na transmissão do SARS-CoV-2 aos seres humanos.


Figura 02. Apesar de cães e gatos não terem papel epidemiológico esclarecido na doença, é recomendável que os seres humanos com COVID-19 evitem o contato próximo com animais de estimação, mantenham boas práticas de higiene e façam uso de máscara facial.


Quem é o SARS-CoV-2?

Trata-se de um vírus de RNA (ácido ribonucleico), com aparência de coroa ao microscópio eletrônico, devido às glicoproteínas presentes em seu envelope viral 6. A família Coronaviridae se divide em quatro gêneros: Alphacoronavirus, Betacoronavirus, Gammacoronavirus e Deltacoronavirus 6.

Os membros da grande família Coronaviridae tendem a ser espécie-específicos e podem causar doenças respiratórias, gastrointestinais, hepáticas, renais, e neurológicas em diferentes espécies animais, como cães, gatos, bovinos, suínos, equinos, aves, incluindo os seres humanos (Figura 3) 7. Em cães, o coronavírus entérico canino pode causar diarreia leve, enquanto o coronavírus respiratório é parte do complexo respiratório canino 7. Em gatos, o coronavírus felino é responsável pela peritonite infecciosa felina (PIF) 7. Esses coronavírus não estão associados a atual pandemia da COVID-19 7.

O SARS-CoV-2 pertence ao gênero Betacoronavirus, subgênero Sarbecovirus 6. Devido ao seu envelope viral de natureza fosfolipídica, pode ser inativado por solventes lipídicos, incluindo etanol, o éter, clorofórmio e desinfetantes com cloro 6. O vírus ainda é sensível aos raios ultravioleta e ao calor 6.

Gênero Vírus Hospedeiro Tropismo Receptor
Alphacoronavirus TGEV Suíno Respiratório, entérico APN, Ácido siálico
  PRCV Suíno Respiratório APN
  PEDV Suíno Entérico APN, Ácido N-acetilneuramínico
  SADS-CoV Suíno Entérico APN
  FIPV Gato Sistêmico APN
  FECV Gato Entérico APN
  CCoV Cão Entérico APN
  HCoV-229E Ser humano Respiratório APN
  HCoV-NL63 Ser humano Respiratório ACE2
Betacoronavirus PHEV Suíno Respiratório, entérico, neurológico Neu5,9Ac2, NCAM
  BoCoV Bovino Respiratório, entérico Neu5,9Ac2
  ECoV Equino Entérico ?
  CRCoV Cão Respiratório ?
  HCoV-OC43 Ser humano, bovino Respiratório Neu5,9Ac2
  HCoV-HKU1 Ser humano Respiratório ?
  HECoV Ser humano Entérico ?
  MERS-CoV Ser humano Respiratório DPP4
  SARS-CoV Ser humano Respiratório ACE2
  SARS-CoV-2 Ser humano Respiratório ACE2
Gammacoronavirus IBV Galinha Respiratório, entérico, renal Ácido siálico
  TCoV Peru Respiratório. entérico Poly-LacNAc
Deltacoronavirus PDCoV Suíno Entérico APN

 


SARS-CoV-2 em animais

O primeiro relato em cão ocorreu em Hong Kong, na China, conforme boletim da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) 8 (Figura 4). O cão assintomático de raça Spitz Alemão de 17 anos de idade foi colocado em quarentena no dia 26 de fevereiro de 2020, após a hospitalização de seu tutor pela COVID-19 8,9. Foram coletadas amostras em swab nasal, oral, retal e amostras de fezes para possível diagnóstico molecular de SARS-CoV-2 8,9. Dentre estas, amostras em swab nasal e oral do cão foram positivas para SARS-CoV-2 em RT-PCR (Transcrição Reversa seguida de Reação em Cadeia da Polimerase) 8,9. Neste caso, apesar da detecção, não foi possível realizar o isolamento do vírus., mas o cão desenvolveu anticorpos neutralizantes 8,9. Dias após o animal testar negativo para SARS-CoV-2 em RT-PCR e ter sido liberado da quarentena, veio a óbito por causa indeterminada 8. A causa da morte não foi considerada como tendo sido associada com o vírus 9. No dia 18 de março, um cão pastor alemão assintomático de dois anos testou positivo para SARS-CoV-2 em RT-PCR em amostras orais, nasais e retais durante 3 dias 10,11  O vírus foi isolado e o cão apresentava anticorpos 10,11. Até o dia 15 de abril de 2020, o Departamento de Agricultura, Pesca e Conservação de Hong Kong testou 30 cães, de tutores positivos para a COVID-19, com apenas dois positivos 12.

Ainda em Hong Kong, amostras em swab nasal, oral e fecal de gato clinicamente saudável testaram positivo para SARS-CoV-2 em RT-PCR13.O proprietário tinha sido hospitalizado com COVID-19 14. Até o dia 15 de abril de 2020, o Departamento de Agricultura, Pesca e Conservação de Hong Kong testou 17 gatos de tutores positivos para a COVID-19, e apenas o gato acima foi positivo 12. Em meados de março de 2020, na Bélgica, foi detectado RNA viral de SARS-CoV-2 em amostras de vômito e fezes de um gato com diarreia, vômito e dispneia, por meio de RT-PCR 15. Apesar do tutor do animal estar com COVID-19, não foi possível estabelecer o nível de semelhança entre as sequências de SARS-CoV-2 presentes no gato e no ser humano15. O animal apresentou melhora clínica após 9 dias do início dos sintomas 15. Em 22 de abril, a OIE, o CDC e USDA relataram que 2 gatos do estado Nova Iorque nos Estados Unidos apresentando espirros e corrimento nasal, testaram positivo na RT-PCR para SARS-CoV-2 16,17. Um gato é do interior do estado (Orange County) e o proprietário é positivo para COVID-19 18. Os sinais no gato apareceram depois de o proprietário apresentar sinais 18. O outro gato da casa permaneceu assintomático 18. O segundo gato positivo é da região de Long Island (Nassau County) e tem acesso à rua 18. Ninguém na casa apresentou sinais clínicos e presume-se que o gato adquiriu a doença de alguém assintomático em casa ou em contato com alguém com o vírus na rua 18. Os últimos exames laboratoriais nos dos gatos demonstraram que eles estão eliminando a infecção e devem ter recuperação completa 18.

Não surpreende que gatos tenham ficado doente. O SARS-CoV-2 penetra na célula ligando-se ao receptor ACE2, e o receptor ACE2 de gatos tem uma homologia muito alta com o humano 19,20,21. O coronavírus que causou a epidemia de SARS (SARS-CoV) também utiliza o receptor ACE2 para entrar na célula 22. Gatos puderam ser infectados experimentalmente pelo vírus SARS-CoV e se infectaram naturalmente durante a epidemia de SARS em 2003 22,23. Recentemente, gatos foram inoculados experimentalmente por via intranasal com doses altas de SARS-CoV-2 24. Os animais não apresentaram sinais clínicos, desenvolveram anticorpos neutralizantes e eliminaram RNA viral nas fezes. À necropsia, vírus infectante foi encontrado nos cornetos nasais, palato mole, tonsilas, traqueia e pulmões 24. Gatos experimentalmente-infectados transmitiram a doença por via aérea para gatos suscetíveis 24.

Infecção experimental com SARS-CoV-2 também é possível em hamsters, em ferrets, macaco résus (Macaca mulata) e macaco-cynomolgus (Macaca fascicularis) 24,25,26,27,28,29. Em hamsters e ferrets, transmissão ocorreu para outros animais suscetíveis por via aérea 24,25. Até o momento, não há relato de casos naturais de infecção por SARS-CoV-2 em hamsters ou ferrets 24,25. O Departamento de Agricultura, Pesca e Conservação de Hong Kong testou dois hamsters de tutores positivos para a COVID-19, e ambos foram negativos12.

Em 4 de abril de 2020, o United States Department of Agriculture (USDA) dos Estados Unidos da América (EUA), órgão equivalente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Governo do Brasil, anunciou que amostras de uma fêmea de tigre-malaio do zoológico do Bronx, na cidade de Nova Iork, testaram positivo para SARS-CoV-2 em RT-PCR 30. As amostras em swab foram coletadas e testadas após dois tigres-malaios, três tigres-siberianos e três leões-africanos apresentarem sinais respiratórios ao longo de uma semana 30,31. Em 17 de abril, a OIE confirmou que um dos leões africanos testou positivo para SARS-CoV-2 na RT-PCR 32. No final, todos esses animais e mais um tigre siberiano assintomático testaram positivo para SARS-CoV-2 na RT-PCR de amostras de fezes 33. Os 5 tigres positivos vivem separados no mesmo recinto 33. Os 3 leões vivem em um recinto em uma outra área do zoológico e ocasionalmente eles interagem 33. O Zoo de Bronx tem ainda 1 tigre malaio e 2 tigres siberianos que vivem em um recinto distante 34. Esses 3 tigres não apresentaram sinais 34. Os 7 animais sintomáticos melhoraram e se espera que tenham recuperação completa 34,35.

Em 26 de abril de 2020, o Ministério da Agricultura, Natureza e Qualidade dos Alimentos da Holanda comunicou à imprensa e em uma carta ao Parlamento que as infecções por SARS-CoV-2 foram confirmadas em visons (martas) em 2 fazendas 36. Infecção por SARS-CoV-2 foram documentadas em visons (martas) em uma fazenda com 13.000 visons 36. Infecções adicionais foram identificadas em uma segunda fazenda com 7.500 visons adultos 37. Informações ainda não estão disponíveis sobre os casos dessa segunda fazenda 37. Na primeira fazenda, ocorreu um aumento em problemas de saúde e de mortalidade dos visons 36. Três visons com sinais gastrointestinais e respiratórios foram eutanasiados 37. As amostras enviadas para a Wageningen Bioveterinary Research em Lelystad foram positivas para SARS-CoV-2 na RT-PCR 36. Amostras de esterco, ar e poeira retiradas do ambiente das fazendas para detectar a presença do vírus estão sendo investigadas 37. Gatos na fazenda também serão testados 37. Duas pessoas que trabalhavam na fazenda tinham sinais compatíveis com o COVID-19, mas não há confirmação laboratorial 36. A infecção dos visons parece ser um caso de infecção humano-animal. Não é de surpreender que os visons (Neovison vison) sejam suscetíveis porque eles são da mesma familia (mustelídeos) que os ferrets (Mustela putorius furo) e ferrets podem ser infectados experimentalmente com o coronavírus SARS-CoV-2 e transmitir a doença a outros ferrets por contato direto ou indireto 25,29.

É importante enfatizar que até o momento, não existe nenhum caso de transmissão de SARS-CoV-2 de animais domésticos para pessoas e que a transmissão de pessoas para animais domésticos é extremamente rara. Em estudo realizado pelo Instituto Pasteur, publicado em abril de 2020, foram testados 21 animais domésticos, dentre eles 9 gatos e 12 cães que viviam em contato próximo com seus tutores, um total de 20 alunos de Medicina Veterinária na França 38. Dentre os alunos, dois testaram positivo para SARS-CoV-2 em RT-PCR, e 11/18 apresentaram sinais clínicos compatíveis 38. Dentre os animais, três gatos apresentaram sinais respiratórios e gastrointestinais 38. Apesar da proximidade com tutores infectados, nenhum cão ou gato testou positivo para SARS-CoV-2 por RT-PCR ou apresentou anticorpos para SARS-CoV-2 em ensaio de imunoprecipitação 38. Apesar da baixa amostragem, o estudo sugeriu que a taxa de transmissão do SARS-CoV-2 entre seres humanos e animais de estimação em condições naturais é provavelmente muito baixa, abaixo de um número de reprodução de 138. Até o momento, não há nenhum estudo epidemiológico com grande número de animais que permita estimar a percentagem de cães e gatos em contato om pessoas com COVID-19 que passam a excretar o vírus ou desenvolvem anticorpos.

É sabido que gatos são mais suscetíveis à infecção experimental por SARS-CoV-2 do que cães 24. Em 2016, 21% das residências do estado de Nova Iorque, nos EUA tinham gatos para um total estimado de 2.841.0000 gatos e 21% das residências tinham gatos.com uma média de 1,7 gatos por residência 39. Em 26 de abril de 2020, o estado de Nova Iorque tinha 288.045 casos confirmados de COVID-19 40. Se esses casos fossem de residências diferentes, aproximadamente 103.000 gatos teriam sido expostos a pacientes com COVID-19 e apenas 2 desses 103.000 gatos foram positivos para SARS-CoV-2 40. Isso sugere que a transmissão de pessoas para animais seja muito rara.

Há dois inquéritos sorológicos com gatos, um deles também inclui cães 41. Em um estudo ainda não publicado, 11 de 102 gatos tinham anticorpos neutralizantes contra o SARS-CoV-2 sugerindo que em condições naturais, gatos expostos ao SARS-CoV-2 desenvolvem anticorpos 42. Essas amostras foram obtidas depois que se iniciou o surto de COVID-19 em Wuhan, China 42. Em outro estudo sorológico também na região de Wuhan, anticorpos para SARS-CoV-2 foram procurados em 35 espécies animais 41. A amostra incluiu 15 cães com proprietário, 99 cães de rua, 66 gatos com proprietários e 21 gatos de rua 41. Contato próximo com um paciente com COVID-19 foi confirmado para pelo menos 3 cães nesse estudo 41. Nenhum dos cães e gatos possuía anticorpos contra o SARS-CoV-2 41. É provável que os animais de companhia infectados relatados até o momento estavam em contato com seres humanos eliminando alta carga viral do SARS-CoV-2, estavam em contato muito próximo, tinham comorbidades ou aumento de susceptibilidade ao vírus, ou uma combinação destes fatores. Presume-se que o risco de infecção seja maior no início da doença em pessoas porque esse é o momento em que a carga viral é maior 43.

Data Local Espécie/n Descrição Referências
26/02/2020 Hong Kong, China Cão doméstico (Canis familiaris) / 1 animal O cão Spitz Alemão de 17 anos e assintomático. Foi colocado em quarentena após hospitalização de seu tutor por COVID-19. Amostras em swab nasal e oral testaram positivo para SARS-CoV-2 em RT-PCR. Não foi possível realizar o isolamento viral, mas o cão desenvolveu anticorpos neutralizantes. Dias após o animal testar negativo para SARS-CoV-2 em RT-PCR e ter sido liberado da quarentena, veio a óbito por causa indeterminada. A causa da morte não foi considerada associada ao vírus. 8,9
18/03/2020 Hong Kong, China Cão doméstico (Canis familiaris) / 1 animal O cão pastor alemão de dois anos e assintomático testou positivo para SARS-CoV-2 em RT-PCR em amostras orais, nasais e retais durante 3 dias. O vírus foi isolado e o cão apresentava anticorpos. 10, 11
18/03/2020 Liege, Bélgica Gato doméstico (Felis catus) / 1 animal RNA viral de SARS-CoV-2 foi detectado por RT-PCR em vômito e fezes de um gato com diarréria, vômito e dispnéia. Não foi possível estabelecer semelhança entre as seqüências de SARS-CoV-2 presentes no gato e no tutor. O animal apresentou melhora clínica após 9 dias do início dos sintomas. 15
04/04/2020 Cidade de Nova York, EUA

Tigre-malaio (Panthera tigris tigres) / 2 animais

tigres-siberianos (Panthera tigris tigres)/ 3 animais

Leões-africanos (Panthera leo)/ 3 animais

Uma fêmea de Tigre-malaio do zoológico do Bronx, Nova Iork, apresentou tosse seca e testou positivo para SARS-CoV-2 em RT-PCR. Em 17 de abril, a OIE confirmou que um dos leões africanos testou positivo para SARS-CoV-2 na RT-PCR. No final, todos esses animais e mais um tigre siberiano assintomático testaram positivo para SARS-CoV-2 na RT-PCR de amostras de fezes. Os 7 animais sintomáticos melhoraram e se espera que tenham recuperação completa.

30,31, 32,33,34,35
22/04/2020 Estado de Nova York, EUA Gato doméstico (Felis catus) / 2 animais Os dois gatos testaram positivo para testou positivo para SARS-CoV-2 em RT-PCR. Um gato é do interior do estado (Orange County) e o proprietário é positivo para COVID-19. Os sinais no gato apareceram depois de o proprietário apresentar sinais. O outro gato da casa permaneceu assintomático. O segundo gato positivo é da região de Long Island (Nassau County) e tem acesso à rua. Ninguém na casa apresentou sinais clínicos e presume-se que o gato adquiriu a doença de alguém assintomático em casa ou em contato com alguém com o vírus na rua. Os últimos exames laboratoriais nos dos gatos demonstraram que eles estão eliminando a infecção e devem ter recuperação completa. 16,17,18
26/04/2020

2 Fazendas de vison na gião de North Brabant, Holanda

Vison (Neovison vison)/pelo menos 3 animais Animais de duas fazendas de vison apresentaram sinais gastrointestinais e respiratórios e testaram positive para SARS-CoV-2 em RT-PCR 36, 37
28/04/2020 Cidade de Chapel Hill, Carolina do Norte, EUA Cão (Canis lupus familiaris)/2

1 cão Pug com sinais respiratórios e anorexia. Três pessoas na casa eram positivas para COVID-19. O cão foi testado porque a família fazia parte de um estudo de vigilância domiciliar coordenado por pesquisadores da Duke University. Outro cão, um gato e um lagarto da residência foram negativos para SARSs-CoV-2

58
30/04/2020 Ile-de-France, França Gato (Felis catus) - 1 animal 1 gato com sinais respiratórios e gastrintestinais leves testou positivo na RT-PCR de amostras retais. As amostras oronasais foram negativas. Esse gato é parte de um estudo com gatos de proprietários com Covid-19. Esse é o único gato que teve resultados positivos. Não foi relatado o número total de gatos testados. 57

Possíveis dúvidas sobre COVID-19 e animais de companhia

No epicentro original do surto em Wuhan, muitos moradores foram forçados a deixar para trás seus animais de estimação quando as autoridades retiraram as pessoas de suas casas 44. Os relatórios sugerem que os proprietários deixaram comida e água suficientes para durar seus animais de estimação por alguns dias 45. Várias semanas depois, muitos proprietários ainda não tinham voltado para casa voltaram para casa. As organizações de bem-estar animal na China estimam que, apenas em Hubei, dezenas de milhares de gatos e cães foram deixados para trás, enfrentando fome e morte 44. O risco de abandono em outros locais também existe pelo o aumento na divulgação de casos de cães e gatos positivos para o SARS-CoV-2 e a ausência de ênfase nas informações que descartem os cães e gatos como fonte de infecção de SARS-CoV-2. Para investigar se o abandono de gatos domésticos protege as pessoas contra infecções pelo SARS-CoV-2, foi criada um programa de computador que simula uma pequena comunidade de famílias e gatos humanos 46. Um número diferente de gatos foi libertado durante as simulações e o total de pessoas infectadas foi registrado 46. Nas simulações, gatos foram escolhidos aleatoriamente, independende de serem positivos ou negativos para SARS-CoV-2, para similar pessoas em pânico abandonando seus gatos por medo 46. Após 2.000 simulações, concluiu-se que o número de pessoas infectadas varia significamente de acordo com o número de gatos abandonados 46. Quando nenhum gato é abandonado, 51 pessoas em média são infectadas 46. Com a liberação de 1 gato, 55  seres humanos foram infectados 46. Quando cinco animais são abandonados, 62 pessoas adquirem a infecção, e quando 10 gatos são abandonados, 76 das 147 pessoas da comunidade são infectadas. 46. 46. Esse modelo sugere que abandonar os gatos, pode aumentar o risco de infecção entre pessoas 46. O modelo é ainda bastante superficial e algumas das suposições são questionáveis 46. A probabilidade de infeção de um gato para outro gato foi considerada a mesma do que de pessoas para pessoas, enquanto a transmissão entre as diferentes espécies tem aproximadamente metade da probabilidade 46. Esses valores provavelmente são exagerados no que tange a transmissão entre gatos e a transmissão interespécies 46. Ainda assim, esse é um bom exemplo de uma simulação que pode auxiliar na avaliação de riscos e tomada de decisões, e no efeito da mudança de alguns parâmetros na incidência de casos novos em pacientes humanos 46. A conclusão final do estudo é a melhor estratégia para controlar a propagação do vírus é manter os gatos em quarentena em casa 46.

A educação do proprietário é um fator importante na prevenção do abandono e na minimização do risco de pessoas e animais adquirirem COVID-19. Abaixo, selecionamos algumas perguntas e respostas sobre o SARS-CoV-2 e animais de estimação com base em informações disponíveis no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, AVMA, ISCAID, WSAVA e trabalhos científicos 12,47,48,49,50,51,52:

  • O SARS-CoV-2 pode infectar animais de companhia?

Um pequeno número de animais de estimação, incluindo cães e gatos, foram infectados com o vírus que causa o COVID-19, principalmente após contato próximo com pessoas com o COVID-19. Alguns tigres, leões e visons também foram infectados pelo SARS-CoV-2. Ferrets e hamsters podem ser infectados experimentalmente.

  • Animais de Companhia podem infectar seres humanos?

Pessoas pegam COVID-19 de pessoas e o vírus se propaga através de gotículas respiratórias quando estão tossindo, espirrando ou conversando. Até o momento, não há nenhuma evidência que os animais tenham um papel significativo na disseminação do vírus que causa o COVID-19. Com base nas informações disponíveis o, o risco de animais espalharem COVID-19 para as pessoas é considerado baixo.

  • Os animais podem carregar o vírus que causa COVID-19 na pele ou pelo?

Não há evidências de que os vírus, incluindo o que causa o COVID-19, possam se espalhar para as pessoas a partir da pele ou pêlo de animais de estimação47. Superfícies lisas (não porosas) (por exemplo, bancadas, maçanetas) transmitem o SARS-CoV-2 e outros coronavírus melhor do que materiais porosos (por exemplo, cartolina, pêlos de animais) 50,51. Como os pelos são porosos e fibrosos, é improvável que alguém se adquira o COVID-19 fazendo carinho ou brincando com animais de estimação 49. No entanto, mais dados são necessários antes que recomendações definitivas possam ser feitas, pois não há nenhum estudo investigando a contaminação do pêlo de cães e gatos e seus possíveis impactos em seres humanos 52.

  • O SARS-CoV-2 pode ser transmitido de um gato para outro gato?

É sabido que em condições experimentais, gatos podem infectar outros gatos 24. Nesse estudo foi utilizada uma dose infectante alta de vírus 24. Não se sabe se em condições naturais, essa dose infectante pode ser alcançada 24. Até o momento, não existe nenhum caso documentado de transmissão de um gato para outro gato 24. Nos casos naturais de SARS-CoV-2 em gatos onde havia mais de um gato na casa, infecção só foi documentada em um dos gatos 18.

  • Quais as recomendações gerais para diminuir o risco de infecção de cães e gatos?

Até que saibamos mais sobre o papel dos animais na COVID-19, o CDC recomenda o seguinte 48:

- Não permita que animais de estimação interajam com pessoas ou outros animais fora de casa.

- Mantenha os gatos dentro de casa, sempre que possível, para impedir que eles interajam com outros animais ou pessoas.

- Ande com os cães na coleira, mantendo distanciamento social de pelo menos 6 metros entre o cão e outros cães ou pessoas.

- Evite parques de cães ou locais públicos onde um grande número de pessoas e cães se reúnam.

  • O ser humano positivo para SARS-CoV-2 deve evitar o contato com animais de companhia?

O CDC recomenda que caso você estiver doente com COVID-19, restrinja o contato com seus animais de estimação e outros animais, da mesma forma que faria com outras pessoas 48.

Quando possível, transfira a responsabilidade de cuidar dos seus pets para outro membro da família.

Evite o contato com seu animal de estimação, evitando acariciá-lo, estar próximo, ser beijado ou lambido ou compartilhar comida ou roupa de cama.

Se você precisar cuidar do seu animal de estimação ou ficar perto de animais enquanto estiver doente, use uma máscara para cobrir o rosto e lave as mãos antes e depois de interagir com eles.

  • Os veterinários devem vacinar cães contra o coronavírus canino devido ao risco de SARS-Cov-2?

Atualmente, não existem vacinas disponíveis para a síndrome respiratória por SARS-CoV-2 para cães. As vacinas disponíveis no mercado destinam-se à proteção imunológica para a infecção gastrointestinal por coronavírus em cães, e não proteção contra infecções respiratórias por SARS-CoV-2. Não é recomendado que os veterinários usem essas vacinas esperando proteção cruzada para o SARS-CoV-2, pois não há evidências científicas de que ocorra 53.


Considerações Finais

Em 28 de abril de 2020, o SARS-CoV-2 havia infectado mais de 3 milhões de pessoas 54. Nessa mesma data, só 3 cães (2 assintomáticos e 1 com sinais não necessariamente associados com o coronavirus), 4 gatos (1 assintomático e 3 com sinais respiratórios e/ou gastrointestinais) haviam sido diagnosticados 54. O SARS-CoV-2 é um vírus de seres humanos que pode infectar animais domésticos ou de zoológico acidentalmente e ocasionalmente. Mesmo sabendo que gatos e furões podem infectar animais em condições laboratoriais, não temos nenhuma evidência de que cães, gatos, ou furões, possam transmitir SARS-CoV-2 a para outros animais ou seres humanos fora do laboratório, seja como fonte de fômites ou eliminando o vírus.


Referências

1-WHO (World Health Organization). WHO Director-General's opening remarks at the media briefing on COVID-19. Disponível em: <https://www.who.int/dg/speeches/detail/who-director-general-s-opening-remarks-at-the-media-briefing-on-covid-19---11-march-2020> Acessado em: 17 de março de 2020.

2-  ZHOU, P.;  YANG, X. L.; WANG, X. G.; HU, B.; ZHANG, L.; ZHANG, W.; SI, H.R.; ZHU, Y.; LI, B.; HUANG, C.L.; CHEN, H-D.; CHEN, J.; LUO, H.; GUO, H.; JIANG, R-D.; LIU, M-Q.; CHEN, Y.; SHEN, X-R.; WANG, X.; ZHENG, X-S.; ZHAO, K.; CHEN, Q-J.; DENG, F.; LIU, L-L.; YAN, B.; ZHAN, F-X.; WANG, Y-Y.; XIAO, J.F.; SHI, Z. L.; A pneumonia outbreak associated with a new coronavirus of probable bat origin. Nature. 2020. DOI:10.1038/s41586-020-2012-7

3- ANDERSEN, K.G.; RAMBAUT, A.; LIPKIN, W. I.; HOLMES, E. C.; GARRY, R.G.; The proximal origin of SARS-CoV-2. Nature Medicine. v. 26, p. 450–452, 2020.

4- ZHANG, T.; WU, Q.; ZHANG, Z. Probable Pangolin Origin of SARS-CoV-2 Associated with the COVID-19 Outbreak. Current Biology. v. 30. p. 1 – 6. 2020. DOI:10.1016/j.cub.2020.03.022

5- USAID (United States Agency for International Development). Emerging Pandemic Threats program. 2009. Disponível em: http://www.usaid.gov/press/releases/2009/pr091021_1.html>. Acessado em 25 de abril de 2020.

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