1. Home
  2. Artigos
  3. Geral
Geral

Respeito aos animais também é utilidade pública


Publicado em: 11/05/2007 10:08 | Categoria: Geral

 

Artigo


Dois parques de Curitiba com um grande acervo de animais, o Passeio Público e o Zoológico do Parque Iguaçu, são abertos ao público de terça a domingo, inclusive aos feriados. Para a observação dos animais, os nossos munícipes e turistas não pagam ingresso, o que não ocorre com freqüência em outras cidades do Brasil e, com certa precisão, inexiste em qualquer outro país do mundo. Por este motivo, é fundamental que haja o entendimento de todos sobre o esforço que Curitiba faz para manter os animais hígidos, bem manejados e alimentados, coisa que só se compreende pela observação diária do esforço de uma equipe de técnicos, funcionários de apoio e tratadores.

Antigamente, os ambientes onde existiam animais em exposição eram encarados como simples vitrines para mostrar às pessoas a beleza e a diversidade da fauna. Não havia, portanto, maior preocupação com o conforto dos animais. Uma vez que houvesse a manutenção da limpeza e da dieta diária estava subentendido que eles estavam bem. Atualmente, os aspectos que envolvem o conforto e o bem-estar dos animais, sejam eles domésticos ou silvestres, estão sendo muito estudados (inclusive nos zoológicos do Brasil) e cada vez mais tem sido evidenciado que o comportamento dos homens deve mudar radicalmente quando o assunto é o convívio com os animais.

As pessoas que visitam os nossos parques gostam de alimentar os animais soltos ou confinados, principalmente na companhia de crianças, uma vez que a proximidade com os animais estimula o seu desenvolvimento afetivo e, em tempos onde a consciência ambiental está cada vez mais em evidência, importa despertar-lhes o amor pela natureza em todos os sentidos. Contudo, quando os animais livres são alimentados pelos visitantes, há interferência nas suas condições de vida e é quebrada a condição de equilíbrio. Da mesma forma, os animais em cativeiro recebem dietas elaboradas às suas condições especiais e, se um alimento novo é oferecido sem qualquer critério, podem ocorrer distúrbios digestivos que em função da gravidade pode levar o animal à morte. É comum, portanto, a intervenção veterinária em animais mantidos no Zoológico e no Passeio Público, simplesmente pela boa vontade do cidadão em oferecer alimento sem qualquer intenção de causar dano.

O Departamento de Zoológico de Curitiba tem feito esforços para orientar os visitantes sobre como se deve proceder numa visita, para que não haja problemas ou estresse aos animais, num trabalho contínuo de educação ambiental que procura envolver todos os segmentos da nossa sociedade. O resultado de tais intervenções tem sido satisfatório, mas é preciso que haja a consciência de todos que o melhor ato de respeito e amor aos animais é não interferir no seu conforto durante o agradável passeio nos nossos parques. Ressalte-se ainda que também são freqüentes as reclamações dos cidadãos, através do sistema de telefonia 156, quando são observados alguns supostos descuidos dos nossos tratadores para com a limpeza dos recintos dos animais. Porém, muitas vezes há a necessidade de um ambiente com moitas e plantas arbustivas, para que os animais possam ter refúgio quando se sentem ameaçados por algum motivo. Os nossos técnicos estão dando início a um trabalho de enriquecimento dos recintos dos animais do Zôo e Passeio Público, objetivando melhorar as suas condições de bem-estar. Com isso será possível promover avanços qualitativos para os animais e para os seus observadores.


Por Marcos Elias Traad da Silva, zootecnista MSc, Dr., diretor do Departamento de Zoológico de Curitiba.


Voltar
Top