Geral
Ocorrência das doenças neurológicas em bovinos no Paraná
Artigo
Os objetivos do projeto são:
a) investigar a ocorrência de diferentes doenças causadoras de distúrbios neurológicos em bovinos criados no estado do Paraná, estabelecendo o diagnóstico diferencial com a Raiva;
b) identificar a distribuição regional dessas enfermidades e os fatores de risco envolvidos;
c) criar uma rede estadual de diagnóstico das encefalopatias dos bovinos com abrangência geográfica ampla por meio da parceria entre a UEL e outras IES paranaenses e da integração com o Serviço Oficial de Diagnóstico;
d) gerar informações epidemiológicas que direcionem ações estratégicas apropriadas de prevenção.
As doenças do Sistema Nervoso dos bovinos determinam prejuízos econômicos consideráveis porque quase sempre provocam a morte dos animais acometidos e muitas vezes ocorrem sob a forma de surtos. Devem ser consideradas como um conjunto de enfermidades porque manifestam-se por distúrbios neurológicos comuns, variáveis e inespecíficos (não patognomônicos). Assim, confundem-se entre si o que torna o diagnóstico diferencial uma necessidade e um desafio. Podem ter causas infecciosa, física, tóxica, metabólica, nutricional e idiopática, as quais produzem processos de natureza inflamatória, vascular e degenerativa no encéfalo.
As seguintes enfermidades ocorrem no Brasil: Raiva, encefalites pelo BoHV-5 ou pelo BoHV-1, Febre Catarral Maligna, meningoencefalites bacterianas, Listeriose, Babesiose cerebral, intoxicações por plantas, por chumbo, por organofosforados, por carbamatos e por ureia, Acetonemia, Hipocalcemia, Polioencefalomalácia (PEM), Tétano e Botulismo.
A Raiva é a doença mais prevalente no país e, admite-se que as intoxicações por plantas ocupem a segunda colocação. De fato, com exceção da Raiva para a qual existe um trabalho de vigilância epidemiológica organizado e normatizado, não são realizados levantamentos epidemiológicos regionais sistematizados para o reconhecimento da ocorrência das demais enfermidades. Alguns poucos levantamentos comprovam que: as meningoencefalites bacterianas ocorrem muito menos frequentemente do que as de etiologia viral; ao contrário dos países de clima frio, a Listeriose é uma doença de prevalência reduzida; e merecem destaque a encefalite pelo BoHV-
A definição do diagnóstico depende invariavelmente do apoio laboratorial e, em virtude da diversidade de doenças, é frequente a necessidade do emprego de técnicas específicas de duas ou mais áreas de conhecimento. O trabalho integrado da investigação clínica e dos laboratórios de patologia, virologia, bacteriologia, toxicologia e patologia clínica aumenta a probabilidade da conclusão diagnóstica bem sucedida. Essa é a condição fundamental para que seja possível orientar medidas preventivas apropriadas para cada situação particular.
O médico veterinário que enfrenta esse tipo de problema em sua rotina prática sabe reconhecer com facilidade a complexidade da situação quando o diagnóstico de Raiva não é confirmado e a causa das mortes permanece não esclarecida. Durante a vigência de execução desse projeto de pesquisa, o profissional pode contar com o apoio da rede de diagnóstico
a) deslocamento da equipe de pesquisadores até a propriedade para investigar in loco, identificando os fatores de risco e realizando exame físico, necropsia, colheita de amostras e reconhecimento de plantas tóxicas;
b) encaminhamento dos animais doentes para o Hospital Veterinário da UEL e de outras IES parceiras;
c) encaminhamento de amostras dos animais doentes para a UEL. Todas as informações serão repassadas ao médico veterinário responsável, juntamente com as orientações pertinentes.
Por Prof. Júlio Augusto Naylor Lisbôa (UEL – coordenador do projeto)
(43) 3371.4319, (43) 3371.4671 e (43) 9900.2665; janlisboa@uel.br
Gustavo Queiroz (bolsista DTI) - gustaroque@hotmail.com