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37º Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária
Artigo
Médicos veterinários de todo o país, atuantes nas mais diversas áreas da profissão, estiveram reunidos em um dos maiores eventos do segmento realizado no Brasil sob o tema “Alimento e Bioenergia para o Brasil e o Mundo”. A preocupação com a segurança alimentar da humanidade e alternativas de produção de energia foram os temas centrais do 37º Congresso Brasileiro de Veterinária, que aconteceu entre os dias 26 e 30 de julho no Rio de Janeiro. Este evento foi revestido de especial caráter internacional por comemorar o sesquicentenário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os cem anos do ensino veterinário no país e os 90 anos da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária.
O presidente do Congresso, Lúcio Tavares de Macedo, destacou que o momento é histórico, pela promoção de encontros técnicos no campo da Medicina Veterinária e representa um dos mais antigos eventos e congressos de profissões de nível superior organizados no País. A primeira edição foi realizada no Rio de Janeiro no ano de 1922, sendo parte integrante da programação oficial do centenário da independência do Brasil.
Como destaques, o 37º CONBRAVET permitiu a ocorrência de debates sobre a situação da Febre Aftosa no país e as conseqüências que esta situação representam no que tange ao mercado mundial de exportação de carnes. Todos os segmentos concordam que a eficiência das medidas sanitárias de controle da doença adotadas no país, até o momento, levam a crer que no menor espaço de tempo, o Brasil poderá obter o status de livre da Febre Aftosa, desde que haja um controle efetivo nas áreas de fronteira e maior cuidado com a vacinação nos estados da região norte.
Os indicadores no campo do agronegócio são responsáveis pelo equilíbrio da balança comercial brasileira e pela geração da grande maioria dos empregos. Quando a pecuária nacional atinge a liderança no mercado mundial e o Brasil passa a ser o maior exportador de carne bovina, posição já consolidada como maior produtor e exportador de Frangos há anos, é natural que o mundo volte os olhos para nosso país como o grande supridor de alimentos e matéria prima para o mercado global.
Neste aspecto, o Brasil se destaca com grande sucesso. Políticas públicas inteligentes aliadas à pujança da iniciativa privada souberam combinar tecnologias capazes de realizar o milagre de melhorar a natureza e domesticar espécies exóticas. Centenas de milhões de consumidores espalhados em mais de 180 países são abastecidos com a produção brasileira de alimentos de origem animal. Se por um lado, o dado é animador, por outro majora a responsabilidade oficial em seguir regras de conformidade e padrões internacionais garantindo o comércio internacional.
Neste sentido, um tema ganha especial importância neste Congresso: o papel do veterinário na produção de alimentos orgânicos e a presença de resíduos de medicamentos nas carnes. Só para exemplificar, apenas de maio para cá, ou seja, em dois meses, uma única empresa perdeu mais de cinco milhões de dólares pelo fato dos EUA terem embargado a importação de carne bovina brasileira por causa da presença de resíduos de um produto – amplamente utilizado para combater vermes no rebanho – nas carnes exportadas.
Em face a todos estes acontecimentos, podemos concluir que a iniciativa privada, onde congregam produtores e empresários, aliados a políticas públicas sérias e profissionais técnicos comprometidos com o setor de produção de alimentos, vêem desempenhando um serviço de altíssima qualidade, consolidando o status do Brasil como um dos maiores produtores e exportadores de alimentos de forma equilibrada e sustentável, com qualidade e a segurança alimentar necessárias para o desenvolvimento da saúde e bem-estar da população em nível mundial.
Por Méd. Vet. Clóvis Antonio Bassani, delegado regional do CRMV-PR em Campo Mourão
Méd. Vet. Carlos Roberto Pianho, presidente do Núcleo de Med. Veterinários de Campo Mourão e Região
(clovisbassani@yahoo.com.br)