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Ecocardiografia em Medicina Veterinária: quando e para que solicitá-la?
Artigo
A ecocardiografia é o exame ultrassonográfico do coração e tem sido utilizado na medicina veterinária desde o início dos anos 80. É considerado padrão ouro para o estudo de anatomia, morfologia e função cardíacas, indicado para avaliação de muitas cardiopatias, adquiridas ou congênitas. Trata-se de um exame não invasivo, realizado com o paciente acordado e sem preparo prévio.
As indicações para a realização do exame são:
• avaliação de pacientes com suspeita de cardiopatia;
• em pacientes com tosse persistente, intolerância a exercícios, letargia, cianose, sopro cardíaco, pulso fraco, síncope;
• em pacientes com edema pulmonar;
• na suspeita de doenças cardíacas congênitas;
• para identificar a causa de cardiomegalia detectada ao eletrocardiograma ou exame radiográfico;
• avaliar pacientes com sons questionáveis à auscultação cardiopulmonar;
• identificar a progressão da doença cardíaca e sua terapia;
• identificar efusões pericárdicas, pleurais, massas pericárdicas e tumores cardíacos.
As modalidades ecocardiográficas convencionais incluem a ecocardiografia bidimensional (B-mode), que é utilizada na avaliação qualitativa do coração e pericárdio, e a ecocardiografia M-mode, que fornece informações quantitativas durante a sístole e a diástole e permite o cálculo de índices da função miocárdica. Por meio do exame ecocardiográfico é possível determinar a dimensão das câmaras cardíacas, massa muscular dos ventrículos, função sistólica ventricular, função diastólica, fluxo através das valvas e vasos e as conexões das estruturas cardíacas. O estudo Doppler é um exame complementar ao ecocardiograma e analisa a direção, velocidade e turbulência do fluxo sangüíneo através das valvas e vasos. O mapeamento de fluxo a cores facilita a detecção de regurgitações e estenoses valvares, sendo essencial para o diagnóstico de cardiopatias congênitas.
Alguns exemplos de diagnósticos possíveis com o estudo ecocardiográfico:
• insuficiências / estenoses valvares;
• displasias valvares;
• cardiomiopatias (dilatada, hipertrófica e restritiva);
• pericardite constritiva;
• presença de massas intra ou extra-cardíacas;
• persistência de duto arterioso;
• defeitos septais (atrial e ventricular);
• tetralogia de Fallot;
• combinação de defeitos.
As três modalidades de ecocardiografia são utilizadas em conjunto para o diagnóstico das afecções cardíacas e para o monitoramento da resposta ao tratamento das cardiopatias.
Referências Bibliográficas:
1- Ecocardiografia Bidimensional e em Modo M para o clínico de Pequenos Animais- 1ª edição, 2005- Roca. June A. Boon.
2- Manual de Cardiologia para Cães e Gatos - 3ª edição, 2002 - Roca. Larry Tilley & John Karl Goodwin.
3- Manual of Canine and Feline Cardiology – 3ª edição, 2001- W.B. Saunders Company. Larry Tilley & John – Karl Goodwin.
4- Medicina Interna de Pequenos Animais - 2ª edição, 1998- Guanabara Koogan. Richard W. Nelson & C. Guilhermo Couto.
Dra. Patrícia Mara Dainesi Addeo
Médica Veterinária
Pós-graduada em Cardiologia – Anclivepa SP