Geral
Especialista avalia o bem-estar da boiada
Pelo sistema criado por Temple, são definidos critérios, ou pontos críticos de controle (PCC), relacionados ao manejo do rebanho e ao comportamento do animal. Cada PCC é classificado a partir de uma pontuação (escore). A porcentagem de animais que escorregam ou sofrem queda durante a saída do caminhão para o frigorífico, por exemplo, pode ser classificada de excelente, aceitável, não aceitável e problema grave. É considerada excelente se o índice for de 0%; se o índice de quedas chegar a 2% e o de escorregões atingir 15%, o caso é de problema grave.
Outros PCCs sugeridos por Temple avaliam a porcentagem de bovinos tocados com bastão elétrico, tempo que os animais levam para descer do caminhão na chegada ao frigorífico, limpeza do caminhão e presença de lama nos animais. ''''É um sistema numérico, objetivo, que não deixa margem de dúvida na auditoria'''', diz.
Para ela, o bem-estar animal envolve questões econômicas, éticas e de segurança do trabalhador, pois animais calmos oferecem menos riscos de acidentes. Ela garante, ainda, que é possível melhorar o ambiente do gado com pequenas mudanças. ''''Uma simples mudança de iluminação dá mais conforto ao animal.''''
PREOCUPAÇÃO
O tema já preocupa frigoríficos. Para o gerente de Controle de Qualidade do frigorífico Bertin, Waldemar Gomes da Silva, o bem-estar interfere na produtividade do animal e na qualidade final da carne, ao alterar sabor, coloração e maciez. Carne escura indica que o animal sofreu maus tratos. ''''Acompanhamos o embarque no caminhão, que tem rampas antiderrapantes e estrutura especial. Além disso, os funcionários são treinados para não fazer barulho.''''
No frigorífico Marfrig, foi criado este ano um setor específico para cuidar da questão, diz o coordenador do setor de Bem-Estar Animal, Stavros Tseimazides. Segundo ele, auditorias-surpresa já são comuns no frigorífico.
Fonte: Agência Estado