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OMS confirma transmissão de gripe aviária entre humanos
Ambos, além de outros dois irmãos, desenvolveram pneumonia severa e trataram uns aos outros até serem levados a um hospital. Os outros três se recuperaram. O irmão que morreu não teve contato com os animais doentes. Nenhum sintoma de infecção pelo H5N1 foi detectado entre pessoas que tiveram contato com os irmãos, mas funcionários do hospital e familiares estão sob observação médica.
Normalmente, a infecção acontece de animal para humano. Neste caso, a OMS divulgou que a “infecção humana” foi estabelecida por testes feitos em laboratórios especiais no Cairo e em Londres.
“Todas as evidências sugerem que a transmissão entre os membros dessa família não representa um risco maior”, disse um porta-voz da OMS. “Porém, isso já aumentou o nível de alerta e a necessidade de uma vigilância constante.”
Alerta:
Em maio, a OMS também confirmou a transmissão entre humanos do H5N1, que levou à morte seis membros de uma família na Indonésia. A agência evitou o pânico e admitiu apenas no dia seguinte que o vírus havia sofrido mutações, porém “minúsculas”. Na época, cientistas cogitaram que houvesse uma forma de vulnerabilidade genética maior da família indonésia à doença. A hipótese ainda não foi confirmada.
Em julho, um artigo científico publicado na revista Nature demonstrou que o vírus responsável pelo caso da família indonésia acumulou 32 mutações durante sua propagação. Porém, segundo o autor da análise, o virologista Malik Pereis, da Universidade de Hong Kong, elas não eram relevantes para o contágio humano.
Os especialistas temem que mutações no H5N1 façam com que a doença se torne facilmente transmissível entre humanos, com o potencial de atingir milhões de pessoas. Hoje, ela passa facilmente entre aves, com efeito devastador: após a infecção, os animais morrem em apenas dois dias. De 2003 até hoje, foram confirmados 343 casos humanos, que levaram a 211 mortes. A taxa média de mortalidade é de 61% - o índice de letalidade do vírus da gripe comum, outro influenza, é de 0,1%.
Ontem também foi divulgada mais uma morte causada pela gripe aviária no Vietnã, de um menino de 4 anos. Ele foi hospitalizado no dia 14 com febre alta e pneumonia severa e morreu dois dias depois. Nenhuma das pessoas que tiveram contato próximo com ele está infectada. O país já conta 100 casos e 46 óbitos.
No Egito, mais dois casos de contaminação foram confirmados ontem, um dia depois de uma mulher de 25 anos morrer de gripe aviária. O país já informou 39 casos e 16 mortes. “Desde julho nós não tivemos mais casos humanos e as coisas se acalmaram, então as pessoas voltaram a lidar com aves vivas como sempre fizeram. Mas, uma vez que o vírus está ativo, esperávamos por isso”, diz John Jabbour, da OMS. Aves infectadas já foram identificadas em países da Europa, como Inglaterra e Alemanha. Os animais foram todos abatidos.
Prevenção:
A estratégia de combate que a OMS tem levado adiante até o momento é o controle das aves infectadas, geralmente com o sacrifício de todos os animais contaminados, além daqueles com os quais tiveram contato. A agência segue também os casos de humanos infectados. Ainda não existe um medicamento comprovadamente eficaz para evitar a contaminação pelo H5N1. Hoje, o remédio mais indicado é o oseltamivir, princípio ativo do Tamiflu, fabricado pelo laboratório Roche para combater a gripe comum.
Anteontem, um grupo de cientistas italianos disse que a vacinação sazonal contra gripe normal permite pequena proteção contra o vírus da gripe aviária. Os pesquisadores, do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Lazzaro Spallanzani, introduziram o H5N1 em amostras de sangue de 42 voluntários vacinados. Alguns tiveram uma reação imunológica positiva contra a doença.
Fonte: Agência Estado