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Litoral tem 20 mil cães e gatos nas ruas
Os dados são da Associação Arca de Noé de Proteção aos Animais (Anoé), que existe há nove anos
A policial civil aposentada Volga Míriam da Silva, uma das diretoras da Anoé, diz que várias famílias trazem os animais para a praia e resolvem deixá-los na hora de partir. “Tem muita senhora que passeia a temporada inteira com o cão na coleira e depois simplesmente o abandona na praia ou deixa preso no quintal”.
A Anoé é mantida por cinco diretores e por contribuições esporádicas de alguns comerciantes. Além disso, 70% do lucro obtido em um pet-shop mantido por Volga é destinado para a ONG. “Para manter a associação, tenho que investir até parte do que recebo de aposentadoria”, diz ela. Ao contrário de outras entidades de proteção animal, a Anoé não recolhe animais abandonados. “O que fazemos é recolher os que estão nas ruas ou que acompanham os catadores de lixo reciclável para medicá-los, vaciná-los e castrá-los, evitando a procriação”.
A Anoé baseia-se no princípio de responsabilidade do dono. “Temos que conscientizar as pessoas sobre o crime que cometem ao abandonar um animal. Se não for por bem, através de campanhas educativas, que seja pela punição judicial”, diz Volga. Apesar de não defender o recolhimento de animais como meta da associação, a policial aposentada mantém 60 cães e gatos em sua casa, quase todos vítimas de abandono e maus-tratos.
Somente em
Volga conta que a associação recebe telefonemas todos os dias com denúncias de maus-tratos. “As pessoas também nos procuram para entregar animais encontrados na rua ou os deixam dentro de caixas na frente do pet -shop. Até a prefeitura de Matinhos, que não nos auxilia com nenhuma contribuição, recomenda que os animais sejam entregues aqui, segundo o relato das pessoas”. Para Volga, “está na hora de as prefeituras e de o Ministério Público trabalharem para que os donos dos animais assumam suas responsabilidades”.
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