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Exportações de frango desafiam crise global
Por mais que os crescimentos dos embarques (em volume e valor) possam perder fôlego, como inclusive apontam as estimativas iniciais da Associação Brasileira dos Produtores e exportadores de Frangos (Abef), se os avanços forem de fato confirmados não será pouca coisa.
Isso porque os resultados de 2007 não foram apenas muito melhores que os de 2006, marcado pelas dificuldades impostas pelas turbulências derivadas da disseminação do vírus da gripe aviária na Ásia e na Europa. Eles também ficaram consideravelmente acima da performance observada em 2005, até então o "ano de ouro" do segmento.
"No início do ano passado, a expectativa era voltar aos níveis de 2005, mas os crescimentos foram mais acentuados. Nossa competitividade se manteve, apesar do câmbio [adverso às exportações]", afirmou Christian Lohbauer, presidente executivo - ainda interino, apesar de estar no cargo há mais de seis meses - da Abef.
No total, o Brasil embarcou 3,287 milhões de toneladas no ano passado, e obteve com essas vendas receita de US$ 4,976 bilhões. Em volume, os crescimentos foram de 20,9% em relação a 2006 e de 15,5% sobre 2005. Em valor, os saltos foram ainda mais expressivos: 54,9% e 41,8%, respectivamente, em linha com o preço médio recorde de vendas verificado em 2007. Para
Entre os diversos quadros estatísticos sobre o ano passado apresentados por Lohbauer ontem
Apesar do avanço, o Oriente Médio ainda foi o principal destino das vendas do país, e também mereceram destaque a Ásia - puxada por Japão e Hong Kong (porta de entrada informal para a China continental) -, a Rússia, a África do Sul e a Venezuela.
Emergente que vem sendo vital para a sustentação de algumas das principais commodities, agrícolas ou não, no mercado internacional, a China é uma das "incógnitas de 2008" citadas por Lohbauer. Já há 24 plantas brasileiras habilitadas para embarcar seus produtos ao país, mas o comércio direto entre os dois países ainda não está regularizado. Acertar esses ponteiros é prioridade, como também são importantes as tratativas para ratificar as aberturas de Malásia e Chile.
As novas regras de inspeção sanitárias para o comércio com a Rússia e melhorar as condições de acesso à UE são outras preocupações externas, afora os reflexos do comportamento dos preços de milho e soja, que representam 70% do custo de produção na área. No front interno, o principal temor é sanitário, devido à ainda deficiente infra-estrutura disponível.
Fonte: Valor Econômico