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UE suspende a carne brasileira
A UE tinha pedido para o governo brasileiro elaborar uma lista com 300 fazendas de gado integradas ao sistema nacional de rastreabilidade, o Sisbov. Brasília apresentou uma relação de 2.600 unidades de exploração. Contrariada, a UE se recusou a publicar a extensa lista
Os frigoríficos do
Ficou mais difícil para o Paraná retomar as exportações à Europa, disse o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados (Sindicarne) do Paraná, Péricles Salazar. A esperança do estado é retomar pelo menos as vendas à Rússia no médio prazo. Moscou anunciou que voltaria a comprar carne brasileira a partir de dezembro. Desde então, seu sistema de controle sanitário vem sendo alterado.
Só no Paraná, 55 frigoríficos de bovinos e cinco de suínos se cadastraram para o mercado russo. Essas empresas estão operando com até 50% de sua capacidade ociosa e querem entrar também nos países europeus. Ao contrário da UE, a Rússia considera o Paraná um estado habilitado a exportar, mas ainda deverá vistoriar as instalações dos frigoríficos.
“Como não estamos exportando para a UE, seremos afetados só indiretamente. Vai sobrar carne no mercado interno e os preços vão cair”, disse Salazar. Essa tendência esfria os ânimos de quem estava disposto a investir na criação bovina. A renda pode voltar aos patamares de um ano atrás, quando a alimentação do gado estava 50% mais barata. Das 9,4 milhões de cabeças de gado do Paraná, cerca de 8 milhões são de corte.
“O governo brasileiro mantém sua posição de que a medida é desnecessária, desproporcional e injustificada”, divulgou o Ministério da Agricultura em nota oficial. “A decisão européia é injustificável e arbitrária. O Mapa confia nos serviços veterinários federal e estaduais e entregará à Comissão Européia, até 15 de fevereiro, os relatórios de auditoria das fazendas”, acrescentou.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e o secretário de Defesa Sanitária, Inácio Kroetz, não quiseram dar entrevistas sobre o assunto. Para o Mapa, o Brasil não tem problemas sanitários, só “inconformidades” no sistema de rastreabilidade; e a Europa exige medidas exageradas, adequadas a regiões que já registraram a doença da vaca louca. A emissão de Certificado Sanitário Internacional para exportação à UE, no entanto, será suspensa a partir desta sexta-feira.
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