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UE suspende a carne brasileira


Publicado em: 31/01/2008 08:52 | Categoria: Geral

 



A UE tinha pedido para o governo brasileiro elaborar uma lista com 300 fazendas de gado integradas ao sistema nacional de rastreabilidade, o Sisbov. Brasília apresentou uma relação de 2.600 unidades de exploração. Contrariada, a UE se recusou a publicar a extensa lista em seu Diário Oficial. Com isso, todas as propriedades brasileiras ficaram sem lastro para exportar.

Os frigoríficos do Paraná estão agora sem previsão de quando poderão recuperar sua habilitação junto à UE. Como outros estados vinham exportando, o embargo poderá reduzir entre US$ 160 milhões a US$ 180 milhões a receita do setor. A estimativa é do presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Marcus Vinícius Pratini de Moraes e considera a manutenção das restrições por 60 dias.

Ficou mais difícil para o Paraná retomar as exportações à Europa, disse o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados (Sindicarne) do Paraná, Péricles Salazar. A esperança do estado é retomar pelo menos as vendas à Rússia no médio prazo. Moscou anunciou que voltaria a comprar carne brasileira a partir de dezembro. Desde então, seu sistema de controle sanitário vem sendo alterado.

Só no Paraná, 55 frigoríficos de bovinos e cinco de suínos se cadastraram para o mercado russo. Essas empresas estão operando com até 50% de sua capacidade ociosa e querem entrar também nos países europeus. Ao contrário da UE, a Rússia considera o Paraná um estado habilitado a exportar, mas ainda deverá vistoriar as instalações dos frigoríficos.

“Como não estamos exportando para a UE, seremos afetados só indiretamente. Vai sobrar carne no mercado interno e os preços vão cair”, disse Salazar. Essa tendência esfria os ânimos de quem estava disposto a investir na criação bovina. A renda pode voltar aos patamares de um ano atrás, quando a alimentação do gado estava 50% mais barata. Das 9,4 milhões de cabeças de gado do Paraná, cerca de 8 milhões são de corte.

“O governo brasileiro mantém sua posição de que a medida é desnecessária, desproporcional e injustificada”, divulgou o Ministério da Agricultura em nota oficial. “A decisão européia é injustificável e arbitrária. O Mapa confia nos serviços veterinários federal e estaduais e entregará à Comissão Européia, até 15 de fevereiro, os relatórios de auditoria das fazendas”, acrescentou.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e o secretário de Defesa Sanitária, Inácio Kroetz, não quiseram dar entrevistas sobre o assunto. Para o Mapa, o Brasil não tem problemas sanitários, só “inconformidades” no sistema de rastreabilidade; e a Europa exige medidas exageradas, adequadas a regiões que já registraram a doença da vaca louca. A emissão de Certificado Sanitário Internacional para exportação à UE, no entanto, será suspensa a partir desta sexta-feira.


Fonte: Gazeta do Povo

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