A UE esperava 300 opções de fornecedores, que teriam os nomes publicados ontem no Diário Oficial do bloco. Sem um critério que reduzisse sua relação a 11%, o Mapa teria optado por oferecer uma relação completa dos estabelecimentos em condições de exportar.

Esse é o procedimento que vem sendo adotado em relação à Rússia. Moscou mantém controle sanitário em seus portos. A União Européia deve comparecer ao Brasil para mais negociações dia 25 deste mês.

Só as fazendas que fazem parte do sistema de rastreabilidade, o Sisbov, podiam se candidatar à lista da UE. Entre as candidatas de Minas Gerais, 1,2 mil foram incluídas, num universo de 1,7 mil estabelecimentos cadastrados. Mato Grosso tinha 140 unidades em condições de exportar para a UE, de uma relação de 1.8 mil. Todas as 2,8 mil áreas listadas teriam sido vistoriadas nos últimos dois meses pelo Mapa.

O Paraná tem 185 estabelecimentos no Sisbov, menos de 5% do total estadual. No entanto, desde o embargo europeu imposto após a ocorrência de aftosa na região (outubro de 2005), nenhuma dessas propriedades é aceita como fornecedora pela UE.

As restrições, adotadas por 56 países ao todo, desestimularam os pecuaristas paranaenses a integrar o Sisbov, apesar de o controle sanitário do estado ser considerado exemplar. Para o Mapa, o Paraná está livre da aftosa com vacinação desde outubro de 2006.

O impasse, que deve durar pelo menos dois meses, atrasa a reabilitação do Paraná, mas especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo disseram que há um lado positivo para o estado. Se a carne bovina brasileira ficar mais cara na Europa, como já vem ocorrendo, a tendência é que o consumo de frango aumente, abrindo novos mercados para os avicultores paranaenses.


Fonte: Gazeta do Povo