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Serviço on-line vai monitorar a qualidade do leite


Publicado em: 18/06/2008 09:09 | Categoria: Geral

 



As informações levantadas pelas vigilâncias sanitárias municipais estarão disponíveis para consulta no site www.mj.gov.br/DPDC. Poderão ser verificados dados como os resultados das análises laboratoriais e informações de rotulagens do produto vendido em embalagem longa-vida, em saquinho e em pó. Como
se trata de um banco de dados on-line, o CQuali não irá dispor de uma estrutura física, nem funcionários. Segundo o Ministério da Justiça, a consulta estará disponível já nesta semana.

O novo serviço foi idealizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Agricultura e Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC). A criação vinha sendo discutida desde dezembro de 2007, quando a Anvisa começou a realizar reuniões com as vigilâncias estaduais para a aplicação do serviço.


Segundo a chefe da Divisão de Vigilância Sanitária de Alimentos da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, Elaine de Castro Neves, a qualidade do leite é monitorada no estado desde 1985, juntamente com outros produtos alimentícios. Os resultados das análises não são divulgados ao público, como pretende o CQuali, mas quando são constatadas irregularidades são emitidas autuações ou ainda é decretada a interdição do laticínio. “Até agora houve problemas de rotulagem, nunca de fraude”, avisa Elaine.


Na Cooperativa Castrolanda, que congrega 239 produtores de leite em Castro – a maior bacia leiteira do Paraná – a qualidade do produto comprado é um critério de elevação ou redução do preço ao produtor. O assistente técnico de produção pecuária da cooperativa, Marcos Koch Ortiz, explica que são analisados índices como contagem bacteriana, resfriamento, gordura e proteína para chegar a um parâmetro de qualidade.


Se o controle de qualidade verificar baixos índices, a assessoria técnica da Castrolanda comunica a alteração que deverá ser feita pelo produtor. Outro fator inibidor de fraude e contaminação, segundo Ortiz, é a aquisição do leite a granel nas propriedades rurais. “Em 99,9% dos casos, nossos caminhões vão direto às propriedades buscar o leite.”


“O produtor pode ter uma bonificação ou uma redução no valor do leite comprado pela cooperativa que varia de 25% a 30% dependendo do índice de qualidade alcançado”, afirma. Cada cooperativa, no entanto, define seus critérios de pagamento. Com o CQuali, acredita Ortiz, o sistema de monitoramento da qualidade do produto deve ser expandido à toda a cadeia produtiva.


Adulterações motivaram iniciativa


O monitoramento da qualidade do leite proposto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Agricultura e Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) é uma conseqüência da crise registrada no fim do ano passado, quando consumidores evitaram consumir o produto depois das fraudes descobertas pela Polícia Federal de Minas Gerais. Na ocasião, laticínios acrescentaram soda cáustica e água oxigenada na bebida para aumentar seu volume e validade. As substâncias deixam o leite impróprio para o consumo e podem causar até câncer.


Operação Ouro Branco


A adulteração foi descoberta durante a Operação Ouro Branco, desencadeada em 22 de outubro nas cidades mineiras de Uberaba e Passos. Na ocasião, 27 pessoas foram presas. A Polícia Federal foi procurada, mas não informou sobre o andamento do inquérito.


Os policiais federais chegaram à conclusão que a fraude era cometida pela Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Coopervale) e pela Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil). Entre os compradores de leite dessas cooperativas estava a Parmalat, comercializada no Paraná.



Fonte: Gazeta do Povo

 

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