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Vacina terá de garantir teste negativo


Publicado em: 26/08/2008 09:35 | Categoria: Geral

 


Hoje, toda a produção nacional fica retida na Central de Selagem de Vacinas (CSV) de Vinhedo (SP) e só é liberada após uma série de testes. A CSV avalia se a vacina não transmite o vírus da aftosa, se não carrega outras doenças e se foi esterilizada. Um teste adicional vai avaliar se o medicamento realmente não tem proteínas não-estruturais, que dão falso-positivo. Haverá testes com animais vacinados.

O tempo de avaliação vai aumentar de 60 para 100 dias, prevê o coordenador da Central de Selagem, Sílvio Cardoso. Apesar do aumento nos custos, estimado em 30%, a primeira vacina “diferenciada”, lançada em maio pela Merial, com sede em Paulínia (SP), chegou ao mercado custando o mesmo preço da vacina tradicional, cerca de R$ 1,80 por dose no Paraná.

A CSV, implantada há dez anos depois de acordo entre o Mapa e a indústria de medicamentos veterinários, impõe rígido controle antifraudes. Depois de ter amostras testadas em laboratórios de Porto Alegre e Sarandi (RS) e de Recife (PE), o produto vai direto para os distribuidores (revendas, cooperativas) – não volta à indústria.

A vacina purificada foi lançada no Brasil em abril pela Merial com o nome de “vacina limpa”. O Mapa pediu que a indústria mudasse o apelo. “Todas as vacinas, incluindo as tradicionais, são adequadas para o que se exige hoje”, justifica o diretor de Saúde Animal do ministério, Jamil Gomes.

A Biogénesis Bagó, que produz o novo medicamento na Argentina, anunciou mês passado que vai entrar nesse segmento do mercado brasileiro, aumentando a concorrência no setor. Hoje há quatro fabricantes de vacinas contra aftosa no país: Bayer, Intervet, Valée e Merial.

O Paraná tem grande interesse na vacina nova. Sem resíduos que geram falsos positivos, o medicamento pode evitar que animais sadios sejam confundidos com portadores do vírus da aftosa em testes realizados após a vacinação. Segundo os órgãos sanitários, o problema contribuiu para que o estado perdesse, em outubro de 2005, o status de área livre da doença junto à Organização Internacional de Epizootias (OIE), recuperado há dois meses. Na época, foram sacrificados 6,7 mil animais.

Fiscalização

A Central de Selagem de Vacinas (CSV) veterinárias, instalada em Vinhedo (SP), se transformou num instrumento de controle não só da produção de medicamentos veterinários, mas também da imunização do gado. Há estatísticas sobre quantas vacinas cada município brasileiro recebe que podem ser acessadas pela fiscalização. O monitoramento só falha se o criador comprar mas não aplicar a vacina, correndo o risco de ter seu plantel afetado.

O medicamento testado recebe selo holográfico e tem sua origem identificada a qualquer tempo. A produção nacional é estocada pela própria CSV, num barracão refrigerado de 5 mil metros quadrados operado pelos Armazéns Gerais Vinhedo (AGV). Depois dos testes de eficiência e esterilidade, a Delegacia Federal da Agricultura é que libera a comercialização.

Os lotes reprovados pela CSV precisam ser destruídos. Segundo Maurício Mota, que acompanha o programa pela AGV, atualmente entre 8% e 10% das vacinas são descartadas. Ele observa que isso não significa que, se não houvesse a Central de Selagem, esses medicamentos chegariam ao mercado. Poderiam ser barrados em testes de segurança das próprias indústrias. Todo o sistema de controle é custeado pela indústria, afirma.


Fonte: Gazeta do Povo
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