Na opinião do presidente da CZBEA, médico veterinário Paulo Guerra, o encontro proporcionou uma oportunidade ímpar para discutir com o Ministério ações que podem ser implementadas no futuro para o controle da população e guarda responsável. “O que queremos é traçar uma ação nacional respeitosa para os animais e para os seres humanos”, ressaltou Eduardo.

As ações desenvolvidas pela Comissão nestes três anos de existência foram apresentadas por Carla Molento, que é membro da Comissão. Carla abordou a importância da realização de encontros com profissionais de municípios do interior para discutir temas inerentes ao bem-estar e métodos de controle populacional; a representatividade da CZBEA no Comupa (Conselho Municipal de Proteção Animal – de Curitiba), além de emissão de pareceres oriundos de questionamentos do Ministério Público e de profissionais do Estado.

Uma questão bastante ressaltada por Carla foi o pronunciamento da Organização Mundial da Saúde, de 2005, sobre estratégias de controle populacional. Segundo o documento, “não existe evidência de que a remoção de cães isoladamente jamais tenha apresentado algum impacto significativo na população canina ou na disseminação da raiva”. O direcionamento da OMS vem baseando as ações e posicionamento da Comissão.

“A esterilização por si só também não resolve. É uma estratégia que precisa ser utilizada principalmente com o foco educativo”, frisou Leonardo Napoli, membro da Comissão. A opinião é compartilhada por Paulo Parreira, da CZEA, para quem “é necessária uma conscientização da população sobre a guarda responsável. Hoje, estamos vendo o número crescente de animais de raça abandonados nas ruas.” Carla citou ainda o exemplo de Vancouver, no Canadá, “em todo o ano de 2005 foram capturados pelo órgão oficial nove cães nas ruas. Isto é resultado de um alto grau de guarda responsável”. O coordenador disse que “sem dúvida, a conscientização e responsabilização dos proprietários sobre a guarda do animal precisa acontecer”, citando como exemplo o registro animal.

Leonardo Napoli sugeriu que o Ministério da Saúde solicite ao IBGE a inclusão no próximo Censo Demográfico questionamento se a pessoa possui um cachorro. “Com a iniciativa, teríamos uma real noção da população animal brasileira”. “Estamos vivendo um momento de mudanças de conceitos e compartilhar idéias é imprescindível para propormos ações bem sucedidas”, comentou José Edivaldo Bonacim, da CZEA.

Eduardo Caldas ressaltou que a discussão sobre o tema é fecunda e precisa ser mais aprofundada. Inclusive, “em abril de 2009 será realizado em Florianópolis o 3º Encontro Nacional de Centros de Controle de Zoonoses e assuntos desta natureza serão amplamente abordados. A nossa obrigação é fazer uma sociedade melhor”, finalizou.

Fonte: Assessoria de Comunicação