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Comércio Aquecido
Depois de um ano de crise, a suinocultura esboça uma reação no Rio Grande do Sul. Com o aumento das exportações, os criadores esperam receber mais pelo quilo do animal vivo.
Na propriedade em Gaurama, norte do Rio Grande do Sul, a criação de suínos é um passatempo para o pequeno Betinho. Para o restante da família, é a única fonte de sustento. Os Fontana são associados à Cotrel, Cooperativa Tritícola Erechim, no Alto Uruguai gaúcho. Eles ficam com os leitões até os animais completarem oito quilos, quando são encaminhados para fazendas de engorda. As matrizes são fornecidas pela cooperativa.
No começo de 2009, quando o setor enfrentou uma das piores crises, a família Fontana recebia R$ 6,40 por quilo do leitão vivo. Hoje, ganha R$ 7,20. Apesar do aumento, o seu Roberto está cauteloso. “O produtor mal cobre o custo de produção. Em outros períodos, a gente acaba bancando tudo”, falou.
O preço do suíno também subiu para quem trabalha de forma independente. No município de Aratiba, o seu Carlos Pavan faz todo o ciclo, desde a criação de matrizes até a terminação do suíno. As matrizes são vendidas para outros produtores. Os suínos vão para uma indústria de Santo Ângelo. Em um ano, o quilo pago pelo animal vivo aumentou uma média de R$ 0,45, o que representa mais 27% no preço recebido.
“O mercado hoje eu acho que melhorou, mas tem ainda muito para melhorar pra gente pelo menos conseguir recuperar aquele prejuízo que a gente teve nos últimos 15 meses, quando a crise que era interminável”, disse seu Carlos.
Para quem está na ponta da cadeia, a recuperação do setor é sentida de forma mais lenta. Mas a expectativa dos criadores de suínos é que o preço pago pelo quilo do animal vivo aumente nos próximos meses.
A previsão está diretamente associada ao aumento das exportações. Em janeiro deste ano, o Brasil exportou cerca de 34 milhões de toneladas de suínos. Houve um aumento de 6%. O faturamento cresceu mais. Foram quase 25%. Para o presidente da Associação dos Criadores de Suínos, o mercado mundial está favorecendo a subida dos preços.
Gc: valdecir folador/presidente da associação de criadores de suínos do rs
“O ano de 2009 foi muito difícil para o produtor economicamente falando. Já no final de 2008, em função da crise econômica, os preços do mercado internacional caíram muito e isso refletiu diretamente no suinocultor. Então, tivemos um ano de 2009 todo de dificuldade de rentabilidade enorme para o suinocultor. Trabalhamos praticamente 12 meses do ano no prejuízo. Então, no início do ano é que nós estamos começando a ver um sinal de reação do mercado”, explicou Valdecir Folador, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul.
O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de suíno do Brasil. Só perde para Santa Catarina.
Fonte: Portal Globo Rural