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Rede antiaftosa terá 2 mil agentes no Paraná
Um grupo de alerta com mais de 2 mil pessoas vai trabalhar na vigilância antiaftosa no Paraná a partir da atual campanha de vacinação, que começou sexta-feira e segue até dia 31. São aproximadamente 400 funcionários do governo do estado e 1,9 mil integrantes de conselhos de sanidade agropecuária (CSAs), que terão a missão de vigiar divisas e monitorar a saúde de 10 milhões de bovinos e bubalinos.
Esta pode ser a última imunização em massa, se o estado alcançar o status de área livre da doença sem necessidade de vacina no segundo semestre junto ao Ministério da Agricultura (Mapa). Estão sendo vacinados animais com até 24 meses. A definição virá de auditoria técnica federal a ser agendada em junho, que vai conferir se o vírus da doença circula ou não no Paraná. Se o sistema sanitário for aprovado, será então necessário compensar a proteção que a vacina oferece com vigilância.
A Secretaria Estadual de Agricultura e do Abastecimento (Seab) está contratando 37 técnicos e 43 veterinários para reforçar sua equipe de vigilância em 20%. Eles prestaram concurso em 2007. A Federação da Agricultura do Paraná (Faep) está ampliando de 370 para 390 o número de CSAs. Cada conselho tem pelo menos cinco integrantes.
Os conselhos têm a missão de manter atentos 220 mil agropecuaristas, para que em qualquer caso de suspeita um veterinário do estado seja acionado imediatamente. A meta é possibilitar diagnóstico e isolamento de qualquer número de animais em questão de horas, se houver alguma suspeita de aftosa. O mesmo sistema deve fiscalizar a ocorrência de doenças como brucelose.
A rede de alerta parece numerosa, mas a proporção é de 4,5 mil animais para cada fiscal – voluntário ou oficial. A maior parte desse pessoal já acompanha o trânsito de animais ou conhece o perfil agropecuário de sua região. Conselhos como o de Francisco Beltrão (Sudoeste) atuam não apenas como articuladores, mas também em campo, aplicando vacinas no gado desprotegido.
A vacinação é controlada hoje por 132 unidades veterinárias da Seab, que recebem notas fiscais de vacinas e atualizam o cadastro do rebanho. O trânsito é controlado eletronicamente. As subunidades da Seab, normalmente instaladas nas prefeituras, também recebem comprovantes de participação nas campanhas de vacinação. Essa rede continuará trabalhando com informações sobre a evolução do rebanho suscetível à aftosa.
“Estamos criando novos conselhos nas regiões de Irati e Laranjeiras do Sul”, relata o veterinário da Faep que coordena do programa de fortalecimento dos CSAs, Celso Doliveira. O número não deve chegar a 399, com um conselho para cada município, porque em cidades como Curitiba não há zona rural, pontua.
O secretário de Agricultura de cada município normalmente assume o papel de diretor de mobilização do CSA. Um representante da Seab também ocupa função relacionada à articulação. A presidência do conselho, no entanto, é estrategicamente deixada para a sociedade civil, para que haja participação efetiva dos pecuaristas, explica Doliveira. “Os conselhos não assumem funções dos agentes do estado, como a realização de testes em casos suspeitos. Cada parte tem suas atribuições, que se complementam”, afirma.
A mobilização é o ponto chave do sistema, afirma o chefe da Defesa Sanitária da Seab, Marco Antonio Teixeira Pinto. “Queremos engajamento. Quando isso ocorre, a resposta é boa. Tem sido assim na divulgação das campanhas de vacinação, na própria aplicação de vacina quando necessário”, afirma. As regiões mais frágeis continuarão sendo fronteiras e divisas, aponta.
Fonte: Gazeta do Povo