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Falta ovelha para atender demanda interna e externa


Publicado em: 02/06/2010 12:48 | Categoria: Geral | Autor: Polianna Nogueira Marcelino

 


Ponta Grossa - A ovelha ganha novos rumos na pecuária nacional. Até o início dos anos 90 ela era criada para dar lã aos criadores gaúchos. De lá para cá, descobriu-se o nicho da carne. O mercado cresceu nos últimos 10 anos. Hoje, os compradores estrangeiros já estão quase batendo à porta, porém, a produção não sustenta a exportação, nem o mercado interno, dizem os representantes dos ovinocultores. Cooperativas e associações de criadores tentam fomentar a ovinocultura como uma chance de fazer a cadeia produtiva se estruturar e um dia, quem sabe, concorrer com a carne de boi e de frango, pelo menos no Brasil.

Embora o Rio Grande do Sul lidere o mercado nacional, com 4 milhões das 16 milhões de cabeça do rebanho total do país, o Paraná começa a expandir a criação. A região de Guarapuava foi pioneira na produção de ovinos e hoje é seguida pelos arredores de Ponta Grossa e Cascavel. Há sete cooperativas no estado e a produção está perto de 579,7 mil cabeças. O que é tímido se comparado ao rebanho bovino do Paraná, que gira em torno de 9,5 milhões de animais.

O brasileiro consome pouca carne de carneiro, cerca de 140 gramas ao ano. Os produtores dizem que essa marca foi ultrapassada, mas admitem que para o consumo chegar a uns 2,5 kg/ano por habitante, por exemplo, seriam necessários 1 milhão de ovinos a mais. A estimativa é do presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Paulo Schwab. Ele visitou o Paraná na semana passada para participar, em Ponta Grossa, da 22ª Feira Nacional Rotativa de Ovinos – o principal evento do setor, tradicionalmente realizado no Rio Grande do Sul.

O presidente da Associação Paranaense de Criadores de Ovinos (Ovinopar), Conrado Ernesto Rickli, concorda com Schwab. “Com um aumento no consumo, teríamos que, pelo menos, triplicar o rebanho do Paraná”, avalia. Segundo ambos, porém, a baixa oferta é que representa o principal gargalo, por não dar sustentação a investimentos em frigoríficos, por exemplo.

“É preciso entender que a ovelha não é uma vaca pequena”, compara Schwab, afirmando que o mercado nacional ainda é carente de técnicos agrícolas especializados e abatedouros específicos. Hoje, conforme o diretor técnico da Ovinopar, Amaro Mendes de Araújo, há projetos de abatedouros próprios em cooperativas de Toledo e Francisco Beltrão.

O investimento em melhoramento genético do rebanho é um termômetro de que o mercado está em expansão. Em Ponta Grossa, a Universidade Estadual (UEPG) e o Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage) têm núcleos de desenvolvimento de genética ovina – a UEPG desenvolve o cordeiro de 70 dias e o Cescage a transferência de embriões.
“A genética é um dos pilares que sustenta o rebanho comercial”, afirma o professor da UEPG Izaltino Cordeiro dos Santos. Ele ressalta que o melhoramento genético do animal garante regularidade aos seus descendentes em carcaça, peso e qualidade da carne.
 

Fonte: Gazeta do Povo

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