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Vigilância agropecuária apreende bagagem exótica
Ovos fertilizados, abelhas, gordura de porco, penas, crânio de ovinos e terra de vulcão são exemplos de produtos exóticos apreendidos por fiscais do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro). Nos cinco primeiros meses deste ano, nos aeroportos brasileiros de Guarulhos/SP, Galeão/RJ e Juscelino Kubitschek/DF foram interceptadas 21,3 toneladas de produtos em bagagens. Só em São Paulo, foram retidas 16,7 toneladas, no Rio de Janeiro, 3,3 toneladas e, em Brasília, 1,3 tonelada.
Curiosidades
Os técnicos do Vigiagro trabalham todos os dias na fiscalização de bagagens e, até mesmo, em datas festivas, feriados ou em horários especiais como as competições da Copa do Mundo. No segundo tempo do jogo entre Brasil e Coreia do Norte, no dia 15 de junho, foram apreendidos, em Brasília, 18 quilos desses produtos em uma única mala.
“Um espanhol, vindo de Lisboa, trouxe pedaço de crânio de ovelha, ossos de cavalo, penas de pombo, pedras com traços de solo, sementes e fungos. O objetivo era utilizar esse material para reproduzir uma fogueira, como nas épocas pré-históricas”, conta o chefe da unidade de Vigilância Agropecuária do Aeroporto Internacional de Brasília, Fábio Schwingel. Os produtos foram apreendidos por representarem elevado risco de introdução de pragas e patógenos que ameaçam a sanidade dos rebanhos e das culturas nacionais.
Para embarcar em voos internacionais, os passageiros devem observar os requisitos para transportar determinados produtos em bagagens. Frutas e hortaliças não processadas, flores, sementes, aves domésticas e silvestres, leite, carnes e embutidos, ovos, mel, pescados, sêmen e embriões precisam de autorização prévia do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), além de certificado emitido pela autoridade sanitária do país de origem.
"A certificação, que varia de acordo com o tipo de produto, deve conter informações sobre procedência e a garantia de que está livre de pragas ou doenças, que representam riscos para o País", enfatiza o coordenador-geral do Vigiagro da Secretaria de Defesa Agropecuária, Oscar de Aguiar Rosa Filho.
No aeroporto em Brasília, os voos de Lisboa são ocupados, na maioria, por franceses, espanhóis, portugueses e italianos, que trazem nas bagagens produtos de origem animal como bacalhau, embutidos e enlatados (sardinha, atum e salame) e queijos. “Um chefe de cozinha teve um enorme prejuízo porque trouxe caviar e patês que precisaram ser interceptados. Outro caso interessante foi de um viajante baiano que tinha na mala 4,6 quilos de terra extraída da base de um vulcão, que seria usada para ritual religioso”, informa Schwingel.
Fonte: Ministério da Agricultura