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Veneno de cobra vale mais do que ouro


Publicado em: 02/07/2010 10:18 | Categoria: Geral | Autor: Polianna Nogueira Marcelino

 


Uma alternativa altamente rentável, porém perigosa, de atividade rural começa a ser divulgada no Brasil. Trata-se da criação de serpentes, que objetiva a extração de veneno dos animais para a posterior comercialização com laboratórios farmacêuticos, que utilizam o material para fabricar medicamentos. O grande chamariz para o negócio é o valor comercial do veneno.

De acordo com o gerente de marketing da empresa Ouro Ecológico, Marcos Francoti, o grama do veneno de jararaca, por exemplo, vale cerca de cinco vezes mais que o grama do ouro. Segundo ele, enquanto o grama do outro é cotado a cerca de R$ 72, o grama do veneno vale aproximadamente R$ 300. A mesma quantidade de veneno de cobra coral pode chegar a R$ 2 mil.

Francoti afirma que o material é utilizado para a fabricação de medicamentos usados para o controle de pressão arterial e para o tratamento de câncer. Ele explica que, mesmo com a previsão de alto retorno financeiro, o criador não precisa se preocupar com o manejo das serpentes. "Ele só precisa ter uma área de 400 metros quadrados para começar a criação. O manejo dos animais fica por conta de veterinários e biólogos disponibilizados pela empresa". Segundo Francoti, o serpentário pode ser adaptado a partir de uma pequena estrutura de um galinheiro.

Outra vantagem da criação de serpentes é a rápida reprodução, já que cada fêmea pode dar, em média, 15 filhotes por ano. "O custo para manter os animais também é baixo. Elas comem de três a quatro ratos por mês, que geralmente são criados paralelamente", explica.

De acordo com o Ibama, em 2008 havia 15 criadores comerciais de serpentes no Brasil. A analista ambiental do núcleo de fauna da Superintendência do Ibama-PR, Eunice de Souza, afirma que são precisos três documentos para a instalação do criadouro: autorização prévia, de instalação e de manejo. Os interessados em se tornar criadores devem acessar o site www.ibama.gov.br e solicitar a autorização prévia.

Posteriormente, em um prazo de 15 dias, deve-se apresentar ao órgão ambiental um projeto de instalação e manejo que deve ser assinado por um responsável técnico. Se o projeto for aprovado, a pessoa obtém autorização de instalação do criadouro. Finalizada a instalação e construção, o local passa por vistoria.

"Se estiver tudo OK, o Ibama emite outra autorização, desta vez para uso e manejo da fauna. Para isto, o criador deve contar com um veterinário ou biólogo responsável", afirma Eunice.

Os animais para criação podem ser tanto encaminhados pelo Ibama quanto obtidos de criadores autorizados. Apenas animais que não poderão ser recolocados na natureza são encaminhados para criadouros. O proprietário fica, no entanto, proibido de vender o animal.

O Ibama ressalta que, criações não autorizadas estão sujeitas à sanções, conforme prevêem a Lei 9.605/98 e o decreto 6.514/08. Neste caso, o infrator poderá pagar multa de R$ 500 por animal e ser condenado a uma pena de um a seis anos de detenção.

Fonte: Paraná Online
 

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