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Embalagens a vácuo permitem estocar ovos por longos períodos, indica estudo


Publicado em: 28/07/2010 11:05 | Categoria: Geral | Autor: Polianna Nogueira Marcelino

 


A zootecnista Aline Mary Scatolini Silva defenderá em agosto tese que atesta a qualidade de uma forma de conservação de ovos que não depende de refrigeração. A embalagem é uma criação dos pesquisadores do Laboratório de Tecnologia dos Produtos de Origem Animal, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), do câmpus de Jaboticabal. A equipe é chefiada pela professora Hirasilva Borba Alves de Souza, especialista em Ciência Avícola.

A alternativa analisada é uma embalagem fechada a vácuo que contém material que absorve o oxigênio. Em seu doutorado, a pesquisadora avaliou as características dos ovos armazenados nessas condições quanto à qualidade, aparência e desenvolvimento de microrganismos.

“Embora pesquisas anteriores apontem a refrigeração como eficaz para a preservação dos ovos, o alto custo faz com que 92% do que é comercializado no país seja transportado in natura”, explica a pós-graduanda. Em geral, os supermercados não empregam nenhuma forma de refrigeração nas gôndolas onde os ovos ficam expostos. Assim, o produto desenvolvido seria uma alternativa com preço estimado entre R$ 0,50 e R$ 0,70, e os pesquisadores ainda trabalham para que esse valor seja menor. Com os resultados positivos do estudo de Aline, o invento deve ser patenteado.

Melhor embalagem

Em março, Aline foi premiada pela apresentação de parte de seu experimento no VIII Congresso de Produção e Comercialização de Ovos. O trecho em questão trata de uma pesquisa para a escolha do melhor tipo de embalagem entre quatro modelos: (a) apenas fechado a vácuo; (b) mesma embalagem com o acréscimo de sílica em gel (que é dessecante de umidade) dentro do saco; (c) mesma situação da letra “b”, com a inclusão de substância absorvedora de oxigênio; (d) embalagem selada a vácuo apenas com a adição de absorvedor de oxigênio.

Nessa etapa de análise, foram usados 576 ovos frescos, coletados de galinhas poedeiras comerciais da linhagem Hy-line W-36, com aproximadamente 60 semanas de idade. Eles foram distribuídos em bandejas de uma dúzia e envolvidos pelas embalagens em períodos de 7, 14, 21 e 28 dias, sob temperatura ambiente, sendo quatro semanas o limite de validade permitido pela legislação brasileira para esse produto.

A doutoranda verificou os níveis de oxigênio, gás carbônico, umidade, bolores e leveduras e concluiu que a melhor opção é o embalamento a vácuo com absorvedor de oxigênio disperso dentro do plástico. Esse material é composto químico em pó a base de óxido de ferro e zeolite.

O oxigênio no interior de um pacote favorece a proliferação de microorganismos como bactérias e fungos que provocam a deterioração dos alimentos. “Por se tratar de um produto delicado, não é possível conseguir um embalamento a vácuo total ou muito efetivo dos ovos, o que torna a utilização dos sachês imprescindível”, explica a estudiosa.

Até o final da pesquisa a pós-graduanda deverá apresentar uma comparação formal entre os custos da refrigeração e os da embalagem. “Ampliar o prazo de validade do produto usando essa nova técnica poderá ser o próximo desafio da equipe”, diz ela.

Fonte: Unesp

 

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