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Brasil se prepara para liderar o ranking de maior produtor de peixes e crustáceo
"E a tendência é crescer ainda mais", prevê a chefe da Divisão de Sanidade Animais Aquáticos, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Normacilda Colares Patriota.
Para que a previsão se concretize, é necessário, no entanto, planejamento e ordenamento, principalmente do ponto de vista sanitário. "Há necessidade de conhecer para poder controlar a produção final. É preciso responsabilidade técnica para que o produto chegue com qualidade ao consumidor final", afirma a presidente do Colégio Brasileiro de Aqüicultura, Agar Costa Alexandrino de Perez. A reunião anual da entidade será realizada nos próximos dias 10 e 11 de maio em Cuiabá (MT), durante o XXXIII Conbravet - Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária.
Esse ordenamento deverá ser iniciado a partir do registro de todos os estabelecimentos que trabalham com os produtos da piscicultura no Brasil. Esse registro precisa ser feito em todos os estados da Federação, com o monitoramento do Ministério da Agricultura. "Alguns estados já estão fazendo o registro. Isso é fundamental para podermos levantar qual a realidade da produção, o que se produz e como se produz", explica Agar Perez.
Hoje, mais de 50 mil produtores tem a piscicultura como atividade econômica no país. Um universo formado, em sua grande maioria, por pequenos produtores que cultivam 53 tipos diferentes de espécies. Produtores que reclamam da falta de incentivos e que geralmente não conseguem chegar até a ponta da exportação.
O ordenamento está na pauta de discussão exatamente por isso. Ele é necessário para que os caminhos que levam ao mercado externo sejam abertos. "Muitos países só compram produtos com origem comprovada e isso só se consegue a partir de um controle sanitário, com a presença de um profissional médico veterinário".
A presidente do Colégio Brasileiro de Agüicultura reconhece que esse caminho é difícil. Um dos principais empecilhos é a falta de profissionais qualificados na área. "A universidade não prepara o médico veterinário para essa demanda. É preciso capacitar o profissional para que essa cadeia produtiva possa se consolidar no mercado externo", garante.
Agar Perez afirma que falta uma política pública no sentido de ordenamento, mas acredita que ocorreram avanços e cita como exemplo o "Plano Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos", que já está em vigor e que agora parte para uma segunda fase com normatizações que tratam desde o registro, até os procedimentos para a comercialização dos produtos da piscicultura.
"Todos ganham com o ordenamento sanitário.Ganha o produtor, que agrega valor a seu produto, à medida que passa a oferecer ao mercado algo com mais qualidade; ganha o médico veterinário, que passa a ter um mercado de trabalho em expansão e ganha o consumidor final, que vai consumir um produto mais confiável", finaliza.
Fonte: Conbravet