Geral
Cães precisam de cuidados especiais nas férias
"Os cães não suam e podem morrer de hipertermia por causa do calor", explica a veterinária Carla Berl, do hospital Pet Care. É importante não deixar o animal trancado dentro do carro, nem levá-lo para passear nas horas mais quentes do dia. Saia com o cão pela manhã bem cedo ou no fim do dia, quando é mais fresco, e leve água para dar ao animal: ofereça pequenas quantidades várias vezes durante o passeio. Se ele ficar esperando por você do lado de fora de um estabelecimento, deixe-o sempre na sombra.
Se em um dia quente seu amigo estiver muito ofegante, dê nele um banho frio. Na hora de secar, use o secador na temperatura mais fria. Cães muito peludos podem ser tosados para enfrentar o calor, mas é preciso ter cuidado com os animais de pele branca: "Eles podem sofrer queimaduras de sol sem a proteção do pêlo", lembra Carla. Existem protetores solares específicos para cães.
Festas
É preciso ficar atento à decoração de Natal e deixar enfeites e luzes fora do alcance dos animais. Filhotes de cães têm mania de brincar com bolas e com a fiação da árvore e podem ingerir corpos estranhos ou serem eletrocutados.
Na ceia ou no almoço de Natal, convidados costumam dar aos bichos da casa alimentos com os quais eles não estão acostumados. Às vezes os próprios animais roubam as guloseimas. Se seu cão comer algo que não faça bem, pode ter vômitos e diarréia (muitas vezes com sangue). Leve-o a um veterinário.
Na virada do ano, é comum a queima de fogos e estouro de rojões. O barulho pode estressar alguns animais ou machucá-los, na correria por causa do medo. Muitos ficam tão desesperados que fogem. Há ainda casos de animais que tremem de medo, o que pode causar convulsões e ataques em cães epilépticos.
Alguns veterinários recomendam colocar algodão nos ouvidos dos cães para diminuir o impacto do barulho e usar calmantes no caso de cães mais nervosos. "Mas é preciso ter muito cuidado com o uso de calmante, pois em alguns casos ele pode causar uma reação inversa, deixando o animal mais excitado. Só dê calmantes pra seu cão com indicação do veterinário", ressalta Carla.
A melhor maneira de ajudar seu amigo, segundo a veterinária, é deixar o cão por perto para que ele se sinta mais confiante e protegido. Também vale fazer com que o bicho participe da festa de modo divertido, respeitando seus limites.
Na estrada
Na hora de viajar, a primeira decisão é sobre levar ou não o cão. Se ele não for com você, deixe-o com alguém de sua confiança, que goste de seu bicho e cuja companhia seja apreciada por ele. Outra opção é procurar um hotel para cães: visite antes o lugar para se certificar de que seu animal será bem cuidado.
"Antes de deixar o animal no hotel é bom checar as vacinas e aplicar um produto contra pulgas e carrapatos. É importante avisar a marca da ração que ele come, além de deixar outros cuidados por escrito. Vale também fazer a conta na ponta do lápis e ver se no final não seria mais viável deixá-lo com alguém. Com certeza ele se sentiria menos estressado", afirma Carla Berl.
Se você for levar seu bicho na viagem, deve prestar atenção a uma série de detalhes. "As preocupações envolvem desde a escolha dos destinos, locais de hospedagem, documentação e vacinas, até o tipo de clima. Um estojo de primeiros socorros para o animal também deve fazer parte dos preparativos", lembra a médica veterinária Renata Corigliano, da Pet Life - Centro de Bem-Estar Animal.
Renata dá algumas dicas para quem vai pegar a estrada ao lado do melhor amigo:
Destino e clima
Em praias, a circulação de animais é proibida. O risco de hipertermia é maior em cães muito peludos ou braquicefálicos, com focinho achatado, como as raças Boxer e Buldogue. Piscina com cloro também merece atenção especial: é preciso uma boa ducha para tirar o cloro e secar bem o cão.
Hospedagem
Ao fechar o pacote, certifique-se da possibilidade de hospedagem do cão no hotel. A grande maioria dos estabelecimentos não permite animais. Nesse caso, há a opção de instalá-los em hotéis criados exclusivamente para cães.
Documentação
Para viagens nacionais, não é obrigatória a apresentação do Guia de Trânsito Animal (GTA). Se a viagem for ao exterior, é necessário um Certificado Zoossanitário Internacional (CZI), emitido gratuitamente pelo Ministério da Agricultura. O documento pode ser retirado nos aeroportos internacionais e tem o nome, a raça e a origem do animal, seu estado geral e o nome do proprietário. Também é exigida a carteira de vacinação atualizada, com comprovante da vacina anti-rábica. Ela é obrigatória para animais com mais de 120 dias de vida e deve ter sido aplicada 20 ou mais dias antes da viagem e há menos de um ano.
Em países da Comunidade Européia e no Japão há outras exigências, como sorologia feita por laboratório aprovado e credenciado pelos países de destino e microchip implantado no animal, além de outros itens que podem ser obtidos no Ministério da Agricultura - Serviço de Sanidade Animal (localizado nos aeroportos internacionais).
Bagagem
O animal deve ter sua própria bagagem. É importante levar um kit de primeiros socorros com remédios usados frequentemente pelo bicho - principalmente se a viagem for para um local distante. Vermífugos e medicação preventiva e de tratamento para pulgas e carrapatos devem estar no estojo, além de remédios preventivos para o verme do coração, muito importante para quem vai para o litoral.
Para cães e gatos de pelagem clara, é preciso levar filtro solar, pois a exposição ao sol pode ser prejudicial. Na maleta entram ainda os pertences preferidos e objetos que ajudem na adaptação do animal ao novo local, como cama, comedouros, bebedouros e brinquedos.
Antes de partir
É importante levar o animal ao veterinário para a realização de um check-up e, em caso de necessidade, para vacinação. Nessa etapa, são dados medicamentos que previnem pulgas, carrapatos e verme do coração. Cães que enjoam na viagem de carro devem embarcar de estômago mais vazio e tomar medicação específica para enjôos, prescrita pelo veterinário.
Durante a viagem
Durante os dias de férias, é importante manter a rotina de alimentação e necessidades do animal. Se ele estiver acostumado com fraldas higiênicas ou jornal, é indispensável que os mesmos sejam colocados à disposição do bicho logo na chegada ao destino e mostrados a ele, para que se localize. Se o animal tem o costume de fazer suas necessidades na rua, mantenha o horário rotineiro para isso.
Fonte: Uol Bichos