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Indústrias de suínos e aves buscam internacionalização
"Nosso grande problema no Brasil hoje é sanitário", diz Gilberto Tomazoni, diretor-presidente da Sadia. Segundo ele, a idéia é que a partir do segundo semestre esteja em funcionamento a unidade russa - em Kaliningrado - que terá capacidade para o processamento e industrialização de 85 mil toneladas de aves e suínos por ano. Na empreitada, a Sadia terá um sócio local minoritário. Ele afirma que a matéria-prima utilizada será brasileira, podendo processar de outros lugares em caso de problema sanitário no País. A nova fábrica já tem contrato de fornecimento de hambúrguer para o MC Donalds da Rússia.
"Em 2007 vamos dar ênfase à internacionalização", afirma Walter Fontana Filho, presidente do Conselho de Administração da Sadia. Além da Rússia, a empresa está investindo outros R$ 650 milhões no mercado interno, sendo R$ 400 milhões no complexo industrial de Lucas do Rio Verde (MT).
A Perdigão tem um banco de investimentos identificando oportunidades na Ásia e na Europa. Segundo o diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz, a estratégia das empresas de aves e suínos é montar unidades nos grandes importadores, por isso a escolha da Rússia. Os países árabes, apesar de grandes compradores não receberiam investimentos porque não têm produção de grãos. Por isso, na avaliação de Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado, a Argentina, os Estados Unidos e a Coréia do Sul poderiam ser alvos. Os dois analistas concordam que na Argentina a indústria de aves e suínos está crescendo e poderia receber aportes de brasileiros. No entanto eles discordam quanto aos Estados Unidos.
Para Molinari, seria um modo de o Brasil entrar naquele mercado, no caminho inverso das gigantes daquele países que têm se instalado aqui. Mas Ferraz argumenta que o custo de produção nos Estados Unidos é muito alto e fugiria da estratégia de investimento em mercados importadores. Para Ferraz, compras na União Européia também seriam difíceis, porque concorrência é muito forte e há problemas de fornecimento de insumos, enquanto na Ásia o empecilho seria o custo da mão-de-obra. Segundo Tomazoni, a estratégia de internacionalização da Sadia passa também por reestruturação na diretoria da empresa - foi criado um departamento específico para este setor. Com os investimentos em
Fonte: Gazeta Mercantil