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PR intensifica trabalho de revitalização dos conselhos de sanidade agropecuária
O Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária do Paraná (Conesa-PR) está intensificando o trabalho de revitalização dos conselhos municipais da área, com o objetivo de aperfeiçoar o controle da qualidade dos produtos e ampliar a conscientização dos produtores. Representantes do Conesa e do Senar-PR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) estão percorrendo municípios onde o grau de atividade dos conselhos ainda é baixo para verificar como ampliá-lo. O grupo já esteve em 14 municípios e visita mais 17 na próxima semana.
A intensificação desse trabalho é uma determinação do secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, que preside o Conesa-PR. Desde que começaram a ser revitalizados, no ano passado, os Conselhos Municipais de Sanidade Agropecuária (CSAs) já obtiveram importantes avanços na conscientização do produtor paranaense em relação à melhoria da sanidade dos produtos animais e vegetais.
O aumento da preocupação com a sanidade agropecuária tem contribuído para atrair investimentos para o Paraná. Um exemplo disso é a instalação da empresa Cutrale, que está incentivando o plantio de citros na região Noroeste do Estado. A Cutrale, com sede no estado de São Paulo, é considerada uma das maiores fábricas exportadoras de sucos cítricos em todo o mundo.
Segundo o secretário-executivo do Conesa-PR, Aurelino Menarim Júnior, um controle mais rigoroso de sanidade na região, principalmente na cadeia produtiva dos citros, é importante para todos os produtores e para a economia do estado do Paraná.
Outra experiência bem sucedida a partir de sugestão dos CSAs foi a construção, pela prefeitura de Umuarama, de uma usina de pasteurização de leite no município que acabou com a venda de leite cru aos consumidores. Hoje, os produtores mandam a produção para a usina e recebem o leite de volta já pasteurizado, vendendo a seus clientes um produto com mais qualidade e segurança alimentar.
O controle da brucelose e tuberculose em bovinos é outra preocupação na pauta da maioria dos CSAs. São duas doenças transmissíveis ao ser humano e a exigência dos conselhos em relação ao controle, como a vacinação ou eliminação dos animais infectados, está cada vez maior, informou Menarim. A brucelose transmite doença febril infecciosa e atinge principalmente as articulações das pessoas. E a tuberculose provoca infecções pulmonares graves.
Menarim afirmou que com medidas eficientes é possível acabar com essas doenças no Paraná. Citou o exemplo da região de Castro, que enfrentava a infestação da brucelose e tuberculose na pecuária local na década de 60. Com vacinação e eliminação dos animais doentes o problema acabou e hoje a produção de leite e derivados na região é referência de qualidade para o Estado.
Os CSAs também atuam para eliminar a infestação de formigas cortadeiras, que prejudicam as pastagens e lavouras na região Noroeste, e no controle da Doença de Greening, no município de Altônia, também no Noroeste. “Se não houver uma política permanente de controle nada acontece na sanidade”, disse Menarim.
Mapa
No trabalho de revitalização dos CSAS, foi elaborado um mapa que classifica a atuação dos conselhos desde os mais ativos até os inativos. Dos 363 conselhos já instalados no Estado, 33% foram considerados muito ativos, com mais de 50% dos trabalhos já realizados. Cerca de 34% foram considerados medianamente ativos, com menos de 50% dos trabalhos realizados. Outros 23% foram considerados pouco ativos, com menos de 20% dos trabalhos realizados. E 10% dos conselhos estão totalmente inativos, alguns até sem diretoria.
Essa avaliação foi considerada satisfatória diante do cenário anterior, no qual os produtores tinham menos participação em medidas de sanidade agropecuária. Mas esse levantamento indica que ainda há muito o que fazer, disse Menarim. Por isso, as ações serão intensificadas este ano.
Durante o trabalho de revitalização, Menarim e os consultores do Senar estão percorrendo principalmente os municípios com conselhos menos ativos ou inativos, procurando saber de cada um por que não houve o envolvimento nessa atividade tão importante para o Estado e para a geração de renda deles mesmos.
Segundo Menarim, o êxito da sanidade animal e vegetal no Paraná foi alavancado pela conscientização dos produtores rurais impulsionada pela ação dos conselhos municipais. Por isso eles são compostos por representantes do poder público, como Seab e Emater, e da iniciativa privada por Senar, Faep (Federação da Agricultura do Paraaná), cooperativas e outras entidades que fazem a mobilização dos agricultores.
Os integrantes dos CSAs são conselheiros eleitos indicados pelas próprias comunidades que vão atuar junto ao produtor rural. O Conesa, órgão integrado por 40 entidades também representantes do governo e da iniciativa privada, procura facilitar a organização dos produtores através de palestras e reuniões de esclarecimento e conscientização.
Menarim lembra que há necessidade de todos os CSAs funcionarem bem para fechar no aspecto de sanidade absoluto, garantindo a qualidade dos produtos destinados à exportação e ao mercado interno.
O palco de formação de toda essa mobilização foi o controle da febre aftosa. Para evitar prejuízos decorrentes da suspensão de exportações por causa da aftosa ocorrida em 2005 foram criados os CSAs para que as entidades da iniciativa privada e os produtores tivessem participação atuante. “Afinal é o engajamento de todos que vai garantir a sanidade plena”, destacou Menarim.
Fonte: Agência Estadual de Notícias