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Atual cotação de bovinos ainda é reflexo da aftosa no Paraná
Depois de um ciclo de euforia registrado em outubro, quando a cotação bateu nos R$
''Como as chuvas foram concentradas na segunda quinzena de outubro, os animais chegaram ao mercado em novembro, o que contribui para a queda na cotação da arroba devido ao excesso de oferta'', observa Juliana. Outro problema apontando por ela para a redução de preços é a Bolsa de Valores. ''A maioria dos pecuaristas acompanha o mercado futuro, mas não participa. O que ocorre é que esse mercado é dominado por compradores, que têm interesse em baixar o preço'', afirma. A boa notícia, de acordo com a analista, é que no início do próximo ano a cotação não deve recuar aos patamares registrados no mesmo período de 2006, abaixo dos R$ 45.
''Houve muitos abates de fêmeas e o preço dos garrotes têm se mantido estável o que pode segurar os preços no primeiro semestre de 2007'', explica. Nem mesmo a notícia de que a Rússia liberou as importações de carnes bovinas, suínas e produtos lácteos industrializados e termo-processados foi suficiente para mexer com o mercado. ''Essa flexibilização irá trazer reflexos somente no longo prazo porque, atualmente, o Brasil só exporta carnes in natura para a Rússia. Mas a perspectiva é boa porque os brasileiros irão conseguir entrar no mercado de varejo, o que até então não era permitido'', salienta Gustavo Fanaya.
Prejuízos - Para o pecuarista André Carioba, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC), preço da arroba abaixo dos R$ 60 prejudica a atividade. ''Preço abaixo de R$ 60 mata a atividade aos poucos porque o custo para engorda está superior ao valor de venda. O que ocorre é que, desta forma, muitos pecuaristas vendem animais para cobrir despesas e não conseguem fazer a reposição com a mesma qualidade'', observa. Segundo ele, em dezembro tradicionalmente aumenta o consumo de carne bovina porque há mais dinheiro circulando na economia.
''O que está ocorrendo é uma jogada dos frigoríficos, que fizeram estoques em outubro e novembro, principalmente, nos períodos de baixos preços. Talvez em janeiro os preços tenham uma reação, mas pequena'', diz.
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