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Provas de ganho de peso buscam animais com melhor desempenho


Publicado em: 25/07/2011 12:39 | Categoria: Geral | Autor: Polianna Nogueira Marcelino

 


Animais com bom desempenho e que ofereçam retorno na produção de carne são alguns dos objetivos de duas Provas de Ganho de Peso que estão sendo realizadas com bovinos da raça Canchim. A ferramenta, muito utilizada pelas associações de criadores de raças bovinas, visa identificar animais superiores nos aspectos de desempenho e genética. Há três modalidades de Prova de Ganho em Peso à disposição dos criadores: a pasto, confinamento, e para animais de dupla aptidão. As duas provas que estão em andamento em quatro currais nas instalações Malibu, em Campo Grande, MS, são da modalidade confinamento e somam 283 garrotes com idade média de 8 meses.

As provas em andamento desde os meses de abril e julho estão sendo orientadas pelo pesquisador Roberto Torres, da Embrapa Gado de corte - uma das unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e a coordenação técnica a cargo do médico-veterinário Maury Dorta, da Associação Brasileira de Criadores de Canchim (ABCCAN).

Os animais deram entrada na Prova com peso médio de 230 quilos e durante os 154 dias de teste passarão por mais duas pesagens e outras avaliações comercialmente importantes para raça de corte. Serão analisados, por exemplo, além do ganho de peso, a área do olho de lombo, espessura de gordura, conformação frigorífica dentre outros. O término das Provas está previsto para os meses de outubro e dezembro, primeiro e segundo lotes, respectivamente. No confinamento Malibu, os animais recebem no cocho uma alimentação balanceada; concentrado a base de farelo de milho, soja e aveia; concentrado de bagaço de cana e micro elementos. Os animais que entraram primeiro na Prova, já passaram por uma pesagem, a segunda acontece no início do mês de agosto e a última no dia 1º de outubro. Até agora o ganho médio de peso dos animais foi de 1.350 quilos, “por serem animais recém desmamados e criados a campo, os índices são considerados muito interessantes”, informa Maury Dorta.

Os animais Canchim participantes das provas são provenientes de 22 fazendas dos estados de GO, SP, PR, MG e MS. “As provas são abertas para todos criadores”, informa o pesquisador da Embrapa Roberto Torres que lembra: “estas iniciativas devem inspirar outros grupos a ingressarem em provas como estas, cujos trabalhos de melhoramento levam ao progresso genético da raça”.

Provas de ganho de peso são utilizadas para avaliar animais de desempenho superior e seus filhos provarem genética superior. É uma ferramenta do melhoramento que visa identificar animais que possam trazer o melhor retorno para a produção de carne.

A raça Canchim

A raça européia utilizada nos trabalhos de cruzamento para formação do gado Canchim foi a Charolesa, escolhida por se tratar de uma raça de grande rendimento e por ser a única raça européia, especializada para corte e apresentar condições satisfatórias de adaptação às condições naturais do Brasil Central.

Já a raça zebuína que mais contribuiu para a formação do Canchim foi a Indubrasil; mas foram também utilizados animais Guzerá e Nelore. Deu-se preferência aos animais Indubrasil pela facilidade de se obter um plantel numeroso e a preços razoáveis, o que teria sido difícil em se tratando de vacas das raças Gir, Nelore ou Guzerá.

Os primeiros animais "bimestiços" com o "grau de sangue" 5/8 Charolês - 3/8 Zebu nasceram em 1953. Surgiu desta maneira um novo tipo de gado de corte para o Brasil Central, com o nome de Canchim, que vem do nome de uma árvore muito comum na região onde os trabalhos de formação do gado se desenvolveram. Tiveram participação direta na formação do rebanho Canchim (5/8 Charolês - 3/8 Zebu) da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), 53 touros Charolês, 8 touros Indubrasil, 4 touros Guzerá, 127 vacas Indubrasil, 9 vacas Guzerá e 9 vacas Nelore.

As características da raça Canchim são: precocidade no ganho de peso, na maturidade sexual e no acabamento da carcaça. Por ser uma raça sintética permite por meio do desenvolvimento de novos sistemas de acasalamento, usar a seleção ocorrida nas suas raças formadoras, além da seleção na própria raça, como fator muito importante para o seu desenvolvimento. Criadores de Canchim trabalham na formação de novas linhagens. Hoje a raça Nelore domina como raça zebuína na formação da raça Canchim.


Fonte: Embrapa

 

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