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Paraná registra primeiro caso de Den 4, variação do vírus da dengue
Foi confirmado na terça-feira (30) o primeiro caso de Den 4, uma variação do vírus da dengue, no Paraná. O paciente reside em Imperatriz (MA) e procurou o serviço de saúde no dia 24 de julho, quando estava de passagem por Foz do Iguaçu. Ele foi diagnosticado e tratado por equipes paranaenses e está curado. O caso foi notificado como importado, pois a contaminação ocorreu fora do Estado.
Apesar de ser um caso importado, a Secretaria da Saúde alerta que há a possibilidade de o Den 4 ser introduzido no Paraná devido às áreas de fronteira com estados onde o sorotipo já foi identificado (São Paulo). Outra preocupação é com a circulação de pessoas de estados onde o vírus também foi isolado (Bahia, Rio de Janeiro e estados das regiões Norte e Nordeste).
O avanço do Den 4 pelo Brasil preocupa – mas não pela virulência, visto que ele não é mais nem menos perigoso que os outros tipos de vírus da dengue. A preocupação é com a introdução de mais um tipo do microorganismo sobre a população que já foi exposta ao Den 1, Den 2 e Den 3. Desde 1995, o Paraná registra casos de dengue e já identificou a contaminação autóctone de três sorotipos em diversas regiões do Estado.
“Cada vez que você pega um tipo do vírus, não pode mais ser infectado por ele, ou seja, podemos ter dengue no máximo quatro vezes. Mas, clinicamente falando, os sintomas dos quatro sorotipos são iguais”, explica o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.
O que superdimensiona o problema com a introdução do Den 4 é que muitos paranaenses já contraíram algum tipo de vírus da dengue e o sistema imunológico de quem já teve a doença fica comprometido caso seja contaminado novamente por outro tipo de vírus. Na segunda contaminação, os sintomas se manifestam com maior gravidade. Esta reação pode causar risco de lesões nos vasos sanguíneos, hemorragia e até a morte.
“A possibilidade de uma epidemia com o Den 4 é maior pelo fato de que toda a população paranaense fica suscetível a este novo tipo de vírus, com a consequente ocorrência de casos graves em quem já teve dengue”, enfatiza o superintendente.
O monitoramento dos tipos de vírus circulantes no Paraná é uma das atividades de rotina do Programa Estadual de Controle da Dengue, que colhe amostras de sangue de 10% dos doentes suspeitos – posteriormente, elas são analisadas pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen).
Neste ano, 263 municípios paranaenses registraram infestação por Aedes aegypti no Estado. Alguns deles, inclusive, apresentam índices acima de 1% de infestação predial, o que é considerado índice de alerta para a ocorrência de uma epidemia. “As ações de prevenção precisam continuar mesmo no inverno, com o reforço dos agentes de endemias, campanhas de conscientização para a população e sensibilização dos gestores”, ressalta Paz.
Capacitação
A Secretaria de Saúde realiza em Maringá, até o dia 2 de setembro, uma capacitação para multiplicadores regionais em ações de controle do Aedes aegypti, envolvendo as 22 regionais de saúde. Esses profissionais serão responsáveis por capacitar os agentes municipais nos próximos dois meses.
Fonte: Agência Estadual de Notícias