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Calor mata 7,2 mil frangos em aviário no Mato Grosso
Parra acredita que o problema tenha sido causado porque faltou energia elétrica em sua propriedade durante parte da tarde de natal, o que impossibilitou a nebulização (resfriamento da temperatura corpórea do animal através de gotículas de água) e a ventilação do aviário. “Faltou luz por cerca de duas horas e o meu gerador [de energia] não funcionou”, explicou.
Segundo o avicultor, no momento em que os frangos morreram, a temperatura ambiente era superior a 40 graus centígrados nos aviários. A estação meteorológica localizada no Alto da Glória, mesmo bairro onde fica a granja, registrou a temperatura máxima de 33,4 graus, porém, o aviário é coberto por telhas de zinco, o que faz elevar a temperatura ambiente.
A médica veterinária Claudia Benatti, afirmou que se a temperatura ficar muito elevada, é possível que os frangos morram de calor. Ela explicou que a temperatura corpórea média das aves é de 40 graus e que se a temperatura externa ficar elevada, pode provocar uma hipertermia na ave, e, consequentemente, uma parada cardiorrespiratória. “O frango de abate é um animal sedentário e gordo. Se a temperatura ficar alta, ele pode morrer”, declarou.
Os frangos que morreram estavam com o peso máximo, já estavam na granja há 43 dias e seriam levados para o frigorífico no dia seguinte. “O máximo que o animal pode ficar na granja é 45 dias. Após sso ele começa a perder peso”, explicou a médica veterinária.
Procedimentos
O dono do aviário disse que vai registrar um Boletim de Ocorrência e contratar advogados para entrar com um processo contra Cemat, empresa concessionária responsável pela distribuição de energia
Por meio da assessoria de imprensa, a Cemat admitiu que houve interrupção no fornecimento de energia na propriedade de João Parra, no entanto, discorda da afirmação de que foi por duas horas.
Para a empresa, o fornecimento foi interrompido por 40 minutos, entre as 14h50 e 15h30, por causa da queima de um elo fusível. A assessoria garantiu que os técnicos fizeram o reparo dentro do prazo estipulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A posição oficial da Cemat é de que se João Parra quiser, ele pode entrar com um processo pedindo o ressarcimento, mas a assessoria adiantou que dificilmente o pedido será deferido.
Um outro pedido de ressarcimento, feito pelo próprio João Parra, referente à perda de 700 frangos em decorrência de outra queda de energia no dia 12 de outubro, já foi indeferido pela Cemat.
A direção do frigorífico que financia a criação dos frangos não quis falar sobre o assunto e nem dar informação sobre quem ficará com o prejuízo.
O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) nem a secretaria Municipal de Agricultura de Sinop foram notificados da morte dos animais.
Fonte: Diario Regional MT