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Ministério da Saúde considera inadequado uso de inseticidas contra dengue
A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde divulgou nota técnica em que classifica de “inadequada” para o combate à dengue a estratégia de distribuição de inseticidas para uso pela população, adotada no município de Foz do Iguaçu. A nota alerta que a utilização inadequada e indiscriminada de inseticidas do tipo aerossol (grupo piretróides) pode causar graves consequências no meio ambiente e interferir na eficácia dos programas de controle da dengue, tornando o mosquito ainda mais resistente ao inseticida.
“Apenas orientamos o uso de inseticidas quando há comprovação da transmissão de dengue, evidenciada por critérios epidemiológicos”, observa o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. De acordo com a nota divulgada pela pasta, “as normas técnicas vigentes
orientam a aplicação dos inseticidas aerossóis para o controle da dengue somente por meio de equipamentos específicos de nebulização costais motorizados ou montados em veículos” – procedimento conhecido como fumacê. Além disso, “a aplicação desses produtos no controle da dengue é restrita às equipes das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, que são treinadas para seu manuseio seguro”.
Segundo Jarbas Barbosa, estas orientações estão em consonância com a Organização Mundial de Saúde (OMS). “A estratégia do município de Foz de Iguaçu de distribuição de inseticidas para a população é desprovida de qualquer evidência científica de que funcione para evitar surtos de dengue, não sendo, portanto, recomendada pelo Ministério da Saúde”, afirma a nota.
O Ministério da Saúde considera como mais eficazes para a prevenção e controle da dengue as medidas de eliminação física dos criadouros do mosquito transmissor da doença, como a vedação de caixas d’água, desobstrução de calhas, entre outros.
O Comitê Gestor Intersetorial de Controle da Dengue da Secretaria de Estado da Saúde decidiu convidar representantes do município de Foz do Iguaçu para discutir o assunto na próxima reunião, marcada para o dia 19 de dezembro, no auditório da secretaria, em Curitiba. “Como essa estratégia não faz parte das diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde com relação às medidas eficazes de controle do mosquito, o comitê sugeriu que o município seja convidado para apresentar o embasamento técnico de sua proposta de ação” disse o superintendente de Vigilância em Saúde da secretaria, Sezifredo Paz.
Fonte: Agência Estadual de Notícias