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Produção de pescado no Paraná cresceu 39% em três anos
A produção paranaense de pescado cresceu 39% nos últimos três anos, o que representa um acréscimo de cerca de 10 mil toneladas. De acordo com o Boletim Estatístico do Ministério da Pesca e Aquicultura, o Estado registrou um volume de 25,8 mil toneladas produzidas em 2008. Em 2011, o número saltou para 35,8 mil toneladas.
Os dados foram divulgados pela Emater nesta terça-feira (20), quando se comemora o Dia da Aqüicultura no Brasil, em alusão à data em que ocorreu a cessão dos primeiros títulos de uso de águas da União para a criação de pescado. Em 20 de março de 2008, famílias de pescadores artesanais da região do Lago de Itaipu, em Foz do Iguaçu, passaram a exercer legalmente o direito de explorar a aquicultura.
A atividade é responsável pela manutenção de milhares de famílias brasileiras que tiram seu sustento das águas de rios, lago, mangues, açudes ou do mar. O Paraná é o quinto estado produtor, atrás do Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Ceará. Cerca de 22 mil propriedades rurais possuem algum sistema de produção de peixe no Estado.
A região Oeste concentra a maior produção, respondendo por mais de 50% do volume total de pescado. A criação é feita principalmente em viveiros cavados na terra. O Norte do Estado é responsável por um pouco mais de 20% da produção, concentrada em tanques-redes colocados em lagos, represas e viveiros de terra. O restante da produção está dividido pelas demais regiões.
De acordo com Luiz Danilo Muehlmann, responsável pela área de piscicultura da Emater, os produtores paranaenses criam majoritariamente a tilápia (que responde por cerca de 75% do volume total de pescado do Paraná). Segundo ele, o Estado foi pioneiro na piscicultura comercial e um dos primeiros a produzir filé de tilápia.
Outra inovação paranaense foi a produção em tanques-rede conduzida pelas organizações de produtores em forma de condomínio. “Este sistema viabiliza os pequenos produtores e pescadores artesanais. Sem a produção em conjunto, seria muito difícil eles terem acesso ao mercado”, diz Muehlmann.
O extensionista também destaca que o maior gargalo da piscicultura é o processo de licenciamento ambiental. “Sem essa autorização oficial, o produtor tem dificuldade para solicitar crédito oficial, principal ferramenta de incentivo à atividade”.
Muehlmann acredita que, apesar das dificuldades, a aquicultura e a piscicultura podem avançar no Paraná. “A demanda por pescado é crescente e esse crescimento tem sido regular nos últimos cinco anos, fruto do entendimento do consumidor sobre os benefícios do consumo. O peixe, por ter baixo teor de gordura, grande digestibilidade e alto teor de ômega 3, é visto como um alimento altamente benéfico à saúde”, destaca o extensionista. Ele acrescenta ainda que a atividade tem boa rentabilidade, sobretudo porque não depende de grandes áreas.
Fonte: Agência Estadual de Notícias