Nesta terça-feira (21), os fiscais federais agropecuários do Paraná realizaram mais um protesto contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou o fim da paralisação da categoria. Os fiscais distribuíram 11 mil quilos de laranja à população que mora nas proximidades da sede da Superintendência do Ministério da Agricultura do Paraná, no bairro Tarumã, em Curitiba. No dia 17, foram distribuídos 3 mil litros de longa vida aos moradores da região.

De acordo com o delegado sindical do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical), médico veterinário Ailton Santos, a distribuição gratuita foi uma forma de protesto encontrada pela categoria para chamar a atenção da sociedade para suas reivindicações.

O reajuste salarial reivindicado pela categoria é o mesmo que consta da pauta dos demais servidores federais em greve: correção salarial de 22,08%, índice que equivale à aplicação da inflação desde 2010 e ao crescimento registrado pelo Produto Interno Bruto (PIB) – soma de riquezas e bens produzidos pelo país. Os fiscais agropecuários também reivindicam concurso público e reestruturação da carreira e meritocracia (seleção para o preenchimento dos cargos de direção) evitando indicações políticas.

O Superior Tribunal de Justiça determinou o fim da paralisação da categoria. ANFFA Sindical entrou com recurso no STJ para derrubar a medida cautelar que exigiu 100% do efetivo nas atividades de controle, fiscalização e de inspeção nos estabelecimentos de abate de animais (bovinos, suínos e aves), laticínios, portos, aeroportos e postos de fronteira. Para as demais atividades a exigência foi de 70% do efetivo.

Na segunda-feira (20), o governo propôs a todas as categorias em greve um reajuste escalonado em três parcelas anuais de 5% (janeiro de 2013/14/15), totalizando 15,8% em 2015. Os fiscais federais agropecuários rechaçaram a proposta por inviabilizar os outros itens da pauta, que só poderiam ser discutidos em 2016 e 2017.

Segundo o sindicato, o Brasil precisa de mais fiscais federais agropecuários. O país conta com 3,2 mil engenheiros agrônomos, médicos veterinários, químicos, farmacêuticos e zootecnistas que atuam nas áreas de controle, fiscalização e inspeção animal e vegetal. É necessária a contratação de, no mínimo, mais 1,5 mil fiscais para atender as necessidades do país, sendo que o número ideal seria de mais 6,7 mil profissionais.

Os fiscais federais agropecuários atuam em todas as etapas de produção dos alimentos, desde o campo até a mesa do consumidor. Está presente em portos, aeroportos, fronteiras, aduanas, frigoríficos, indústrias de alimentos e bebidas, análise laboratorial, na certificação e na promoção de políticas públicas.

Fonte: Assessoria de Comunicação