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Saúde do homem também é responsabilidade do médico veterinário


Publicado em: 29/08/2012 11:08 | Categoria: Geral | Autor: Ana Maria Ferrarini

 


A profissão é conhecida por cuidar de animais, principalmente os domésticos, mas poucas pessoas sabem que os médicos veterinários são diretamente responsáveis pela saúde do homem. São eles que inspecionam e avaliam todos os alimentos de origem animal que chegam à mesa do consumidor, além de participarem de atividades ligadas à saúde pública, como estudos e pesquisas de novas vacinas para o tratamento e a erradicação de doenças causadas por animais.

Segundo a OMS, 75% das doenças que atingem o homem são de origem animal e 60% dos vírus, fungos e bactérias em humanos vêm dos animais. É o caso da leptospirose, transmitida pela urina ou fezes do rato, e a hantavirose, enfermidade grave e aguda causada por um vírus que se deve, principalmente, a distúrbios ecológicos, como os desmatamentos e as alterações em ecossistemas.

Para Benedito Fortes de Arruda, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), quando o médico veterinário cuida da saúde do animal, ele está consequentemente cuidando da saúde do homem. “O veterinário precisa ter uma visão profunda, afinal, além de tratar da saúde dos animais bichos, ele trata ainda da saúde humana. Quando cuida dos animais com qualidade, ele acaba também atingindo os homens. É o gato que será um bom companheiro, o cavalo que irá servir para o tratamento por equoterapia e, assim, sucessivamente. Ë uma relação direta”.

É o médico veterinário que controla a qualidade dos produtos de origem animal, sejam eles alimentos, como carne, leite, ovos e pescados, ou vitaminas, vacinas e medicamentos. Ele acompanha toda a cadeia produtiva, desde o trabalho de sanidade animal, passando pela qualidade e higiene de produção e conservação até a comercialização. O profissional é quem fiscaliza frigoríficos, indústrias, fábricas de produtos e subprodutos de origem animal.

No campo ou na cidade, em clínicas, fazendas ou zoológicos, os veterinários sempre estão presentes. No atendimento clínico e cirúrgico, eles se dedicam aos animais de pequeno porte, os chamados bichos de companhia (cães e gatos). Porém, são eles também que atendem os animais de produção (aves, bovinos, equinos, caprinos, ovinos, suínos) e os selvagens (de cativeiro ou de vida livre).

E a profissão é ainda mais abrangente, englobando outras tantas áreas. O desenvolvimento de técnicas e métodos de aperfeiçoamento genético, alimentação, pesquisa de medicamentos, produtos biológicos e reprodução são exemplos de tantas outras atividades desse profissional. Em julho, o Conselho Nacional de Controle e Experimento Animal (Concea), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, instituiu aos profissionais da área a responsabilidade técnica pelos laboratórios de pesquisa e experimentação animal. Uma recente atividade do médico veterinário é a realização de perícia técnica em animais que participam de competições esportivas.

O meio ambiente também é uma importante área de atuação. Recentemente, a categoria divulgou, através do Conselho, um compromisso público de médicos veterinários e zootecnistas com a sustentabilidade. Entre os itens, está previsto um trabalho que estimule a sustentabilidade de espécies e ecossistemas; a preservação, proteção e conservação da biodiversidade; o uso sustentável de recursos naturais; o controle de riscos ao ambiente, a educação ambiental e o bem-estar animal.

No dia 9 de setembro, será comemorado o Dia do Médico Veterinário. De acordo com o CFMV, são cerca de 90 mil profissionais da área em atividade por todo país e, aproximadamente, cinco mil novos médicos veterinários chegando ao mercado por ano. Ainda segundo o Conselho Federal, o Brasil é recordista mundial em número de escolas para o ensino da Medicina Veterinária. São cerca de 190 instituições, onde 50 estão localizadas somente no estado de São Paulo. É o país com maior contingente de veterinários do mundo. Em segundo lugar está os Estados Unidos, com 83 mil.

Uma estatística que preocupa Benedito. “Sabemos que 50% das instituições existentes não oferecem condições de infraestrutura, equipamentos, base física, programa didático-pedagógico que atenda a demanda do mercado. Assim como sabemos que existe ensino em nível internacional, lançando no mercado profissionais capacitados, com conhecimento, habilidade e atitude. É preciso ter mais qualidade do que quantidade”, finaliza.

Fonte: CFMV
 

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