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Instituto de Pesca desenvolve tecnologia para reprodução de garoupas em cativeir
Para o pesquisador Eduardo Gomes Sanches, coordenador do Projeto Serranídeos, a técnica irá evitar a indução freqüente de inversão sexual dos indivíduos para a obtenção de sêmen. “A reprodução dos serranídeos, particularmente dos pertencentes à subfamília Epinephelinae, popularmente conhecidos como garoupas, badejos, meros e chernes, reveste-se de uma maior complexidade em razão de uma curiosa característica desta subfamília: as espécies são hermafroditas protogínicas, ou seja, num primeiro período de sua vida reprodutiva maturam como fêmeas e, com o passar dos anos, em dado momento de seu desenvolvimento, como resultado de complexas interações sociodemográficas (relacionadas principalmente ao tamanho da população desovante e ao adequado equilíbrio entre os sexos), sofrem inversão sexual,transformando-se em machos”, explica.
Segundo Sanches, os indivíduos, quando machos, são bem maiores e passam a viver em maiores profundidades, dificultando a coleta de reprodutores para se obter a produção de alevinos
Com a técnica da crioconservação obtida pelo Instituto de Pesca, espera-se reduzir a indução da inversão sexual e ampliar a reprodução desse serranídeo em cativeiro.
Para os pesquisadores envolvidos no projeto, esse resultado, considerado histórico para a piscicultura marinha brasileira, tanto pelo valor ambiental da garoupa-verdadeira como por seu potencial econômico em futuros cultivos, possibilitará a primeira produção de alevinos da espécie em laboratório no Brasil. A equipe espera realizar os primeiros ensaios de reprodução induzida, já utilizando o sêmen crioconservado, no início de 2007 e acredita que obterá os primeiros alevinos ainda no primeiro trimestre do ano.
Fonte: SAA/SP