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Paraná amplia pressão sobre SC e RS
“Vamos esgotar as vias administrativa, técnica e diplomática (...) As restrições não têm mais fundamento”, disse ontem o secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Newton Pohl Ribas. Ele considera que até agora não há prova de que a doença tenha afetado o gado do Paraná e que a Instrução Normativa 61, lançada pelo Mapa em novembro, determina o fim das restrições embasadas na suspeita de aftosa. O secretário adiantou que, se Florianópolis e Porto Alegre não recuarem, o Paraná adotará a reciprocidade, com restrições à passagem de produtos catarinenses e gaúchos pelo estado.
Houve reação nesta quarta-feira também por parte do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados (Sindicarnes) do Paraná. O presidente da instituição, Péricles Salazar, disse em entrevista coletiva que o estado não está parado diante das restrições dos estados vizinhos. “Estamos negociando, com apoio do governo do Paraná, desde outubro. Mas, até agora, nada.” Salazar avalia que, impor restrições a Santa Catarina e Rio Grande do Sul, neste momento, prolongaria a crise do setor. Porém, declarou que apóia a reciprocidade caso as reuniões da próxima semana não sejam produtivas.
Segundo o Sindicarnes, o Paraná poderia estar vendendo R$ 16,5 milhões a mais em carnes aos vizinhos do Sul por mês, mas só arrecada cerca de R$ 5 milhões na região.
Os dados do Sindicarnes mostram que os criadores de bovinos do Paraná deixam de vender 2 mil toneladas (5% do volume distribuído ou o equivalente a R$ 6 milhões) para Santa Catarina e 300 toneladas (1% ou R$ 500 mil) para o Rio Grande do Sul ao mês. Em relação à carne suína, as perdas são ainda maiores. Correspondem a 3 mil toneladas (9,3% ou R$ 9 milhões) que não entram no mercado catarinense e a 165 toneladas (1,3% ou R$ 670 mil), no gaúcho, mensalmente.
A transição no Executivo pós-eleições prolongou as negociações pela reabertura dos mercados.
O Paraná não tem o mesmo status sanitário que Rio Grande do Sul e Santa Catarina em relação à aftosa. O estado tenta recuperar seu certificado de área livre da doença com vacinação, já obtido pelo Rio Grande do Sul. Santa Catarina busca o status de área livre da aftosa sem vacinação.
Fonte: Gazeta do Povo