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Indústrias de rações vão repassar custos ao consumidor


Publicado em: 18/01/2007 09:26 | Categoria: Geral

 


"Teoricamente, mesmo que exportemos este volume, ainda haverá milho", acredita o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Edilson Guimarães. Ele diz que o governo está garantindo o abastecimento por meio de leilões de estoques - 1 milhão de toneladas já foram desovadas. "Logo começa a safra e não precisaremos vender mais, sobrando para a entressafra", avalia Guimarães.

"Precisamos evitar que esse milho vá embora. É melhor que a gente exporte com valor agregado, ou seja, como frango ou suíno", avalia Clóvis Puperi, diretor-executivo da União Brasileira da Avicultura (UBA). Segundo ele, "a febre do etanol", vai pressionar as compras do milho brasileiro, pois os Estados Unidos devem tirar do mercado externo o volume que vão usar para a produção do combustível.

O milho representa cerca de 60% dos componentes das rações. Puperi diz que é praticamente impossível substituí-lo por sorgo, uma vez que a produção é insuficiente - 1,6 milhão de toneladas - e, por se tratar de uma gramínea, não tem o desempenho em termos de conversão alimentar igual ao milho.

O secretário-executivo do Sindicato Nacional da Alimentação Animal (Sindirações), João Prior, também não acredita em uma substituição do milho por outro produto. Ele explica que em épocas de alta do milho e da soja, é comum o industrial substitui-los por sorgo, triguilho e trigueto - variedade de trigo com menos glúten. No entanto, não haverá uma mudança consolidada, ou seja, o percentual de milho na mistura da ração não será reduzido permanentemente. "O que vai acontecer é que a agricultura brasileira vai se adaptar à demanda crescente e não o contrário", afirma o executivo.

Fonte: Gazeta Mercantil

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