A Federação da Agricultura do Paraná (Faep) está somando forças à iniciativa do Estado para eliminar a presença de BHC (hexaclorobenzeno) no campo. Contida em defensivos antigos e já proibidos, a substância, considerada um grande risco para o meio ambiente, ainda se encontra em produtos armazenados em algumas propriedades rurais. Para mobilizar a agricultura paranaense em torno deste tema, a Faep começou a enviar cartazes e folders a várias entidades. O objetivo é que sindicatos rurais, cooperativas, prefeituras municipais e Seab auxiliem na divulgação do assunto.

Ao participar da campanha, o produtor deve informar à Emater sobre a presença de BHC e, depois, em uma data que será definida e divulgada, levar o material a um ponto de coleta em seu município ou região. De acordo com Lei Estadual nº 17.476, o prazo para declarar a presença da substância ficou marcado para o dia 15 de agosto deste ano. O produtor rural fica isento de qualquer sanção civil, penal ou administrativa relacionada aos agrotóxicos contendo BHC, mas precisa informar detalhes como o tipo ou tipos de agrotóxicos estocados na propriedade; o período estimado em que estão depositados ou armazenados; a quantidade de agrotóxicos, ainda que estimada; e as condições em que estão armazenados.

Na regional da Emater em Guarapuava, o agrônomo João de Ribeiro Reis Junior, coordenador regional de projetos, contou que a meta da instituição, neste momento, é a divulgação da campanha. Ele completou que, no município, o local de entrega do material ainda será determinado e informado. Mas antecipou que a participação na campanha é simples: o produtor comparece à Emater, onde retira o chamado Termo de Autodeclaração e, depois, entrega o formulário preenchido à instituição; mais tarde, recebe, na propriedade, recipientes adequados, para os quais deve transferir os produtos, e equipamentos de proteção individual, para realizar o procedimento; numa data a ser marcada, ele entrega o material no ponto de coleta.

Reis Junior observou que a importância da campanha vai além do perigo do BHC: “Os agricultores às vezes têm também produtos obsoletos, que já são proibidos, ou que estão armazenados há tanto tempo, que já perderam o prazo de validade. Esses produtos também vão ser recolhidos nesta campanha”. A razão deste cuidado, segundo informou, é que em vários casos os agrotóxicos proibidos ou vencidos estão armazenados em más condições, representando um risco de contaminação do solo e das águas. “É a oportunidade desses agricultores retirarem esses produtos de suas áreas, evitando a contaminação”, disse Reis Junior. Ele lembrou que o único custo do produtor será com o transporte dos produtos até os pontos de coleta. “Esse custo é mínimo comparado com o ganho ambiental”, finalizou (Em Guarapuava, a Emater está situada na rua Dr. Laranjeiras, nº 829. O expediente é das 8h às 11h30 e das 13h30 às 18h. Telefone: 3621 9300).