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Paraná vai retomar exportação de carne bovina para a Rússia
Após quase nove anos de embargos à exportação de carne bovina, o Paraná volta a exportar o produto para a Rússia. O serviço veterinário russo habilitou dois frigoríficos paranaenses: o Frigorífico Astra, de Cruzeiro do Oeste, e o VPR Brasil Importações e Exportações, do município de Colorado, a exportarem, conforme comunicado feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A informação foi publicada no site do Serviço Federal de Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia e libera as exportações também para a Bielorússia e Casaquistão, que juntos com a Rússia compõem a União Aduaneira.
Os empresários dos frigoríficos habilitados atribuem essa conquista ao empenho do governador Beto Richa em destravar o mercado. Segundo Jeremias Silva Júnior, do Astra, a pauta na visita que o governador fez à Rússia no final de 2012 incluía a retomada desse mercado. Júnior disse que o governador abriu caminho para a visita técnica feita posteriormente, composta por integrantes do governo do Estado e da iniciativa privada.
A comitiva foi integrada pelo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o diretor-presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, e o representante da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ronei Volpi, que apresentaram os procedimentos do serviço de defesa que garantem a sanidade agropecuária no Estado. “Essa transparência deu mais credibilidade no serviço paranaense e confere mais a confiança dos russos”, afirmou Júnior.
ESFORÇOS - O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura, Leandro Feijó, cumprimentou a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) pelos esforços do governo do Estado em conseguir a habilitação para exportação de carne bovina aos países da União Aduaneira.
“Esta habilitação reflete os esforços e seriedade com que o estado do Paraná encarou este desafio, qualificando definitivamente o estado para a comercialização de produtos com o exigente e competitivo mercado russo, que se constitui em um dos parceiros mais estratégicos do Brasil”, afirmou Leandro Feijó.
A medida vai representar um aumento de 30% na produção de carne bovina do frigorífico Astra, que vai exportar um volume de duas mil toneladas de carne bovina congelada por mês para a Rússia. E também a implantação imediata do segundo turno no sistema operacional com a contratação de mais 200 trabalhadores.
O frigorífico, que gerava 900 empregos diretos para atender o mercado interno, agora passa a ter 1.100 empregos diretos para atender os novos contratos de exportação, informou o proprietário do Astra, Jeremias Silva Júnior.
Para o gerente geral do frigorífico VPR, Jeferson da Luz Gonçalves, a habilitação vai representar um outro cenário para o estado do Paraná, que passa a produzir para o mercado externo. Para o frigorífico, o acesso ao mercado russo vai permitir mais estabilidade no faturamento, regularidade nas vendas e mais segurança na atividade.
Inicialmente o Astra foi habilitado a exportar carne bovina para o Egito e para a Rússia. O próximo passo, disse o dirigente, será exportar carne para Irã, que já está em processo de negociação após o País se certificar da credibilidade do serviço de defesa sanitária exercido pela Adapar, autarquia vinculada à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, criada pelo governador Beto Richa.
CONTROLE DE QUALIDADE - Os empresários destacaram os investimentos que fizeram na modernização e o rigoroso controle de qualidade implementado nas plantas dos frigoríficos. O Astra foi inaugurado no município de Cruzeiro do Oeste há 11 anos e há quatro anos começou a se preparar para exportar carne. Após várias ampliações o frigorífico conta hoje com uma área construída de 12.706 metros quadrados onde são abatidos entre 17 mil a 18 mil bois por mês, de segunda-feira a sábado.
O VPR também foi equipado com modernas câmaras frias e túneis para acondicionar melhor a mercadoria, informou o dirigente da empresa.
Segundo Gonçalves, o VPR investiu cerca de R$ 6 milhões na modernização da planta de Colorado nos últimos dois anos. “Hoje temos uma planta altamente qualificada, com uma capacidade de abate de 12 mil cabeças por mês e agora é trabalhar para cumprir os contratos”, destacou.
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