Na lista dos problemas endócrinos, essa disfunção que faz a tireóide reduzir a produção hormonal é a segunda que mais acomete pets -fica atrás apenas da diabetes-, segundo a veterinária Alessandra Vargas, do Hospital Veterinário Sena Madureira. Como os sintomas são camuflados, é comum que o tratamento correto demore.

Foi o que aconteceu com a cocker Mel, 9. "Ela sempre foi muito ativa e brincalhona, mas, por volta dos cinco anos, começou a engordar e a ficar preguiçosa. Nem subir no sofá ela conseguia mais", conta a dentista Ingrid Groti Viana, 32.

Só aos sete anos, quando a cadela começou a ter problemas de pele, Ingrid levantou a hipótese de uma doença. Mel ganhou, em dois anos, quase dois terços do seu peso (foi de 12 kg para 19 kg).

Outros sintomas comuns no hipotiroidismo são queda de pêlo (fica ralo e com falhas), hiperpigmentação na pele, aumento do colesterol, cauda de rato (o rabo fica completamente pelado), interrupção do cio nas fêmeas e perda da libido nos machos.

Segundo os veterinários, a doença acomete principalmente cães -são raros os casos de hipotiroidismo em gatos- e há raças mais propensas: schnauzer, golden retriever, labrador, pinscher, dachshund, boxer e poodle. Também é mais comum entre animais de meia idade e idosos, a partir dos seis anos.

"O que acontece é que o animal, por alguma disfunção em seu organismo, pára de produzir os hormônios T3 e T4, da tireóide", explica Alessandra Vargas. O tratamento é feito justamente com a reposição desses hormônios: um comprimido por dia para o resto da vida.

"Mas é preciso tomar cuidado, pois fatores externos como medicações para o coração e anticonvulsivos podem causar a queda desses hormônios. Nesses casos, é melhor mudar o tipo de medicação", completa Alessandra.

Mel já toma os comprimidos há dois anos e, segundo Ingrid, sem nenhum sofrimento. "Pelo contrário, ela está tão mais disposta que acho que, se falasse, pediria o remédio", brinca. Melhor: já perdeu os 7 kg ganhos.

Fonte: UOL Bichos