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Entenda o caso de EEB no Mato Grosso


Publicado em: 05/05/2014 15:42 | Categoria: Geral | Autor: Diogo

 


Em 14 de abril deste ano, o Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco (Lanagro-PE), referência nacional para o diagnóstico de Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis, emitiu laudo positivo para marcação priônica em amostra de tecido nervoso bovino oriunda do Estado do Mato Grosso.

Imediatamente, o serviço veterinário oficial do Brasil iniciou as investigações de campo e providências para o envio da amostra ao laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em Weybridge, Reino Unido - Animal Health and Veterinary Laboratories Agency (AHVLA), para teste confirmatório e demais testes complementares que permitam a sua tipificação, conforme os protocolos estabelecidos.

As averiguações indicaram tratar-se de uma vaca de 12 anos de idade, nascida e criada na mesma fazenda, em sistema extensivo de produção a pasto e sal mineral, e enviada para abate no dia 19 de março, devido a problemas reprodutivos ocasionados pela idade avançada.

A vaca chegou ao matadouro em decúbito esternal e com sinais de fadiga muscular, devido ao longo tempo de viagem em função das condições inadequadas da estrada. Com esse quadro, o animal foi direcionado ao abate de emergência e submetido à colheita de amostras para teste laboratorial no Lanagro-PE, conforme protocolo de vigilância para Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).

A carne e outros produtos do animal não ingressaram na cadeia alimentar e o material de risco específico foi incinerado no matadouro.

Investigações complementares de campo, envolvendo 11 propriedades com vínculo de movimentação animal, permitiram identificar 49 animais do “coorte” (nascidos um ano antes e um ano depois do nascimento do caso). Esses animais foram examinados, sem constatação de quaisquer alterações clínicas, sendo então sacrificados e completamente destruídos. Amostras de tecido nervoso desses animais foram submetidas ao teste para EEB no Lanagro-PE e resultaram todas negativas no dia 30 de abril.

Isso demonstra de forma inequívoca que o animal identificado é um caso isolado e não representa risco algum para a sanidade animal e à saúde pública.

Em relação à amostra enviada ao Reino Unido, o AHVLA confirmou o resultado positivo na prova de imunohistoquímica, sendo a OIE e, consequentemente, seus 178 países membros, informados oficialmente pelo delegado do Brasil perante aquela organização.

A confirmação da tipicidade da forma da doença deverá ocorrer no dia 8 de maio, data prevista pelo AHVLA para conclusão dos testes complementares. Entretanto, as evidências epidemiológicas apontam para um caso atípico de EEB, que ocorre de forma esporádica e espontânea, não relacionada à ingestão de alimentos contaminados.

Não serão adotadas outras ações em nível de campo, pois todas as medidas inerentes ao caso já foram tomadas, conforme as recomendações do Código Sanitário de Animais Terrestres da OIE, visando cumprir com os seus dispostos, mantendo assim o Brasil com a melhor classificação mundial sanitária para a EEB, que é de risco insignificante para essa doença.

Sobre a doença

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) é uma enfermidade degenerativa não-contagiosa que afeta o sistema nervoso central de bovinos, causada por uma proteína infectante chamada “príon”.

Existem dois tipos conhecidos de EEB em bovinos, que são as formas clássica e atípica. É importante distinguir estes dois tipos, devido às diferentes características epidemiológicas de cada uma.

EBB clássica: é transmitida por alimentos contaminados com o príon por terem sido confeccionados com produtos obtidos a partir de animais infectados.

Os sinais clínicos da enfermidade são nervosismo, reação exagerada a estímulos externos e dificuldade de locomoção, queda na produção de leite e diminuição de apetite.

É uma doença crônica, cujos sinais clínicos se ag ravam com o passar do tempo, podendo perdurar por meses. Além disso, a situação clássica apresenta longo período de incubação (tempo entre o momento da infecção e o início da doença), que em média é de 4 a 5 anos.

EEB atípica: é causada por príons ligeiramente diferentes da causa clássica. A diferença é relacionada à massa molecular do príon, que pode ser menor (conhecido como L-EEB) ou maior (H-EEB). Ocorre em animais mais velhos acima de 9 anos.

Trata-se de uma manifestação rara, cuja origem não está totalmente esclarecida. Ainda assim, a teoria mais aceita é que esta apresentação é uma forma espontânea da doença, não sendo relacionada com a ingestão de alimentos contaminados.

Segundo a OIE, no entanto, o leite, a gelatina e a carne produzida, não apresentam risco de transmissão.

 

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
 


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