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Demanda russa por carnes deve sustentar preços de aves
A decisão da Rússia de aumentar as importações de carnes do Brasil para compensar um embargo a outros países vai contribuir para uma alta nos preços da carne suína e de frango no país, mas terá impacto mais limitado sobre a área de bovinos, apontaram analistas e representantes do setor.
O governo russo praticamente triplicou o número de unidades brasileiras habilitadas a exportar à Rússia, depois de anunciar embargo a países fornecedores de alimentos em retaliação às sanções de países como Estados Unidos, União Europeia e Austrália, por causa da crise com a Ucrânia.
O preço do quilo do frango resfriado subiu cerca de 3 por cento em Toledo, no Paraná, maior produtor e exportador brasileiro do produto, desde o dia 6 de agosto, quando a Rússia anunciou que compraria mais carnes do Brasil.
Já o preço do quilo do suíno no oeste catarinense teve alta de 2,2 por cento em período semelhante, segundo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Em seu relatório semanal mais recente, o Cepea ressaltou que "uma grande oportunidade pode vir da crise política entre Rússia, Estados Unidos e União Europeia".
O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, disse que impacto da alta deve ser mais evidente em cortes como coxa e sobrecoxa, mais demandados pela Rússia. "A comercialização para a Rússia é muito direta entre importador e fornecedor, então isso já mexe com o mercado... Mesmo sem os embarques, já podemos começar a ver melhoras", disse Martins.