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Pesquisa estuda forma para diminuir poluição provocada por dejetos
“No final do estudo, queremos desenvolver um sistema que retire nitrogênio dos resíduos, diminuindo o impacto ambiental provocado no solo pelas sucessivas disposições de dejetos”, explicou o pesquisador Airton kunz da Embrapa Suínos e Aves (Concórdia-SC).
Há algum tempo que os pesquisadores alertam que não basta apenas armazenar os dejetos em esterqueiras e depois aplicá-los no solo como um adubo orgânico. Em regiões com grande produção de suínos, há muito mais resíduos do que solo disponível para recebê-los. Isso faz com que seja colocado dejeto em excesso na terra, situação que interfere negativamente nas características químicas, físicas e biológicas do solo. No caso do excesso de nitrogênio, o principal perigo é a sua transformação em nitrato, que acaba nas fontes de água e faz com que elas fiquem impróprias para o consumo humano e animal.
Os microorganismos que removem o nitrogênio dos dejetos animais estão presentes no meio ambiente e foram descobertos por pesquisadores holandeses em 1996. As experiências sobre o assunto mostraram também que os microorganismos somente se alimentam de nitrogênio em condições muito restritas. “Nosso desafio é reproduzir essas condições em laboratório, compreendê-las inteiramente e replicá-las de uma maneira aplicável aos sistemas de produção de suínos”, disse Aírton Kunz. Além dos dejetos de suínos, o uso de microorganismo na remoção de nitrogênio dos resíduos da produção poderá servir a produções de bovinos e aves.
Nos laboratórios da Embrapa Suínos e Aves estão sendo testadas neste momento as condições ideais para a reprodução dos microorganismos. Os resultados obtidos nos laboratórios espalhados pelo mundo que participam do projeto são trocados entre os pesquisadores e ajudam a tornar mais rápido e eficiente o processo de compreensão de como os microorganismos podem ajudar a diminuir o impacto ambiental dos dejetos suínos.
De acordo com o pesquisador Airton Kunz, não dá para se fazer uma previsão exata de quando será possível colocar à disposição dos suinocultores equipamentos que utilizem os microorganismos. “Mas de antemão é possível dizer que essa alternativa auxiliará principalmente as propriedades ou regiões que concentram grande número de animais”, completou o pesquisador.
Fonte: Embrapa Suínos e Aves