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Profissionais discutem impactos da má gestão da água na produção animal


Publicado em: 01/06/2015 16:40 | Categoria: Geral | Autor: Thainá Laureano

 


A Conferência de Gestão Hídrica nas Atividades da Medicina Veterinária e Zootecnia no Estado do Paraná, realizada na última sexta-feira (29), reuniu mais de 80 profissionais para discutir os impactos que a má gestão da água pode causar ao meio ambiente e aos animais.

Como ponto de partida para o debate, o superintendente de meio ambiente da Itaipu, Jair Kotz, apresentou o atual panorama da gestão hídrica no Paraná e a projeção para as mudanças climáticas globais até 2100. Em sua apresentação, Kotz mostrou que os impactos levarão à diminuição da produção de leite e ovos, este poderá sofrer uma redução de até 8%. Haverá ainda o aumento de vetores de doenças tropicais, como o Aedes Aegypti, transmissor da dengue. “A nossa geração tem que assumir o desafio e a responsabilidade de mudar. É preciso passar da cultura do consumismo para a da sustentabilidade”, alertou o superintendente.

Há 30 anos trabalhando como pesquisador da Embrapa e há 15 em projeto de água na produção de suínos e aves, o Dr. Paulo Armando Oliveira apresentou métodos alternativos para evitar o desperdício nas propriedades. O principal deles é a cisterna, que, segundo estudo aplicado na suinocultura, chegou a mostrar a redução de 40 a 50% no consumo de água potável.

“O Brasil é um país privilegiado quando falamos em água de chuva e nós não tiramos proveito disso. A chuva cai e em poucas horas a já escorre para os rios. O sistema de cisterna serve para guardar a água para utilizar no momento em que for necessário”, explicou Oliveira. Para ele o problema da produção animal no Brasil não é a falta de recursos hídricos, mas sim a má gestão dos mesmos.

Com a interdisciplinaridade necessária para a atuação dos profissionais no mercado de trabalho, é preciso que os médicos veterinários e os zootecnistas também se atualizem e passem a contribuir com a sociedade em outras vertentes.

“Nossas profissões têm um papel social importante no desenvolvimento agrário, portanto a questão ambiental passa a ser fundamental. A preocupação com as pessoas e o meio ambiente deve passar a fazer parte da nossa rotina”, destacou Felipe Pohl, diretor do CRMV-PR.

A bióloga Christine da Fonseca encerrou o evento com palestra na qual apresentou dados do Instituto Ambiental do Paraná sobre desperdício e licenciamento ambiental. De acordo com Sistema de Gestão Ambiental, toda atividade que possa causar impacto sobre o meio ambiente deve ser licenciada, como é o caso da avicultura, suinocultura e bovinocultura.


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