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Entidades promovem evento sobre leishmaniose para profissionais da saúde pública
Entidades ligadas à saúde pública decidiram se unir na prevenção à leishmaniose: em iniciativa do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR), em conjunto com os Conselhos Regionais de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, a cidade de Foz do Iguaçu receberá no dia 23 de setembro o evento “Leishmaniose: impacto na saúde pública”. Com o objetivo de alertar os profissionais de todas as áreas ligadas à saúde para a doença e assim auxiliar na prevenção e no diagnóstico, o evento conta com apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), do Conselho de Medicina do Paraná (CRM-PR), do Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR), da Prefeitura Municipal e do Centro Universitário Dinâmico das Cataratas (UDC).
“A leishmaniose é uma doença de grande impacto na saúde pública pelo alto risco de transmissão aos humanos. Além disso, a falta de tratamento para cães dificulta seu controle. Por isso é essencial que os profissionais de todas as áreas da saúde estejam atentos à doença para que os diagnósticos sejam feitos precocemente e para que a população seja orientada de maneira correta”, acredita o presidente do CRMV-PR, Eliel de Freitas.
O panorama da doença no Paraná e na região de Foz do Iguaçu, além de informações básicas sobre a leishmaniose em animais e informações básicas sobre a leishmaniose em humanos serão temas abordados em palestras durante o evento. Também serão discutidos os aspectos jurídicos da doença, como explica o advogado do CRMV-PR, João Sampaio: "O tratamento não autorizado pelo Ministério da Saúde da leishmaniose em cães envolve diversos aspectos jurídicos. É o caso das decisões judiciais, que podem autorizar um determinado profissional a tratar um determinado animal, mas que não alteram a proibição do tratamento no Brasil. Então é importante orientar o profissional nesse sentido, sobre os riscos que envolvem suas decisões”.
Na mesma tarde será realizado o lançamento oficial do Manual Técnico de Leishmanioses Caninas, desenvolvido pelo CRMV-PR com a coordenação da professora doutora Vanete Thomaz Soccol. O manual foi lançado em formato digital em novembro de 2015 e agora será distribuído em formato impresso.
Com informações sobre sinais clínicos, transmissão e procedimentos necessários para o diagnóstico da doença em cães, o material é essencial não somente para médicos veterinários, mas para todos aqueles que atuam na saúde pública. “Uma vez que haja suspeita de leishmaniose visceral no homem, é importante que o médico saiba quais são os sinais e sintomas que o cão apresenta para que ele possa questionar o paciente com relação às características do pelo, perda de peso. É necessário que seja feita uma investigação para que possamos controlar a leishmaniose, que é uma doença negligenciada e com poucas opções de tratamento”, avalia o médico infectologista Felipe Tuon.
Por isso o evento é destinado às mais diversas categorias profissionais, como médicos veterinários, médicos, enfermeiros, acadêmicos, autoridades sanitárias, promotores públicos, entre outros. A inscrição é gratuita e deve ser realizada através do site do CRMV-PR, no seguinte link: http://goo.gl/A1olGR
A escolha de Foz do Iguaçu
O município de Foz do Iguaçu foi escolhido para sediar o evento pelo fato de já desenvolver um trabalho de prevenção da doença e por ter diagnósticos confirmados de leishmaniose visceral em humanos.
De acordo com a médica veterinária do CCZ de Foz, Luciana Chiyo, o município registrou o primeiro caso de leishmaniose visceral em cães em 2013; desde então o trabalho de prevenção tem sido intenso.
“Realizamos uma pesquisa com instituições parceiras e identificamos a presença do mosquito-palha e de cães contaminados em todas as regiões da cidade. O estudo mostrou também que 25% da população de cães do município está contaminada, uma parcela grande”, conta.
Com tantos cães infectados, demorou apenas dois anos para o primeiro registro da doença em humanos. Em julho de 2015 um policial militar contraiu a doença, foi tratado e hoje passa bem. Mas, nesse período de um ano, outras quatro pessoas tiveram diagnóstico positivo para a doença: duas obtiveram sucesso no tratamento e outras duas foram a óbito – um dos óbitos foi confirmado em função da leishmaniose visceral e o outro ainda passa por investigação, já que o paciente sofria de outras enfermidades.
“É importante que os profissionais saibam diagnosticar corretamente e falar sobre prevenção. Infelizmente a leishmaniose não é uma doença fácil de erradicar, porque o mosquito se reproduz em matéria orgânica. Foz do Iguaçu possui muita área verde, rios, o que dificulta o controle do vetor. Então é importante orientar no sentido de não acumular matéria orgânica e de manter uma posse responsável dos cães”, alerta Chiyo.
Leishmaniose: impacto na saúde pública
Data: 23 de setembro de 2016
Local: Anfiteatro da UDC Anglo
Av. Paraná, 5661 - Vila A - Foz do Iguaçu – PR
Inscrições: http://goo.gl/A1olGR
PROGRAMAÇÃO
- 13h30 às14h Abertura
- 14h às14h15 Lançamento do Manual Técnico “Leishmanioses Caninas”
- 14h15 às 15h Informações básicas sobre a Leishmaniose em animais (Vanete Thomaz Soccol - Médica Veterinária)
- 15h às 15h45 Informações básicas sobre a Leishmaniose em humanos - CRM-PR (Flávia Tremch – Médica)
- 15h45 às 16h Intervalo/coffee break
- 16h às 16h45 Aspectos jurídicos da doença - CRMV-PR (João Francisco Monteiro Sampaio – Advogado)
- 16h45 às 17h15 Panorama da doença no Paraná - SESA (Eliane Maria Pozzolo – Médica Veterinária)
- 17h15 às 17h45 Panorama da doença em Foz do Iguaçu - Prefeitura de Foz (Luciana Chiyo – Médica Veterinária)
- 17h45 às 18h30 Mesa redonda com os participantes - Coordenação: Vanete Thomaz Soccol