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Veterinários, médicos e entidades se unem no combate à leishmaniose


Publicado em: 24/09/2016 08:56 | Categoria: Geral | Autor: Thainá Laureano

 


O Conselho de Medicina Veterinária do Paraná, juntamente com os Conselhos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, reuniu em Foz do Iguaçu na sexta-feira (23) aproximadamente 200 profissionais da saúde pública para debater a leishmaniose. As entidades se uniram com o Conselho Regional de Medicina do Paraná, o Conselho Regional de Enfermagem, a Secretaria de Estado da Saúde e a Universidade Dinâmica das Cataratas para sensibilizar sobre a importância da zoonose e sua disseminação na região Sul do Brasil.

“É uma doença que abrange diversas profissões e é importante que todas se unam para benefício da sociedade. Trouxemos o evento para Foz do Iguaçu porque há registros da leishmaniose na região além do ótimo trabalho realizado pelo CCZ”, destacou o presidente do CRMV-PR, Eliel de Freitas, que fez o lançamento oficial do Manual Técnico de Leishmanioses Caninas durante a abertura.

Para a professora doutora Vanete Soccol, que coordenou a elaboração do manual, poder realizar o lançamento em Foz do Iguaçu é um orgulho. “Esse manual começou exatamente nesse anfiteatro a alguns anos atrás, quando fizemos uma reunião com diversas entidades e se viu a necessidade de um material que reunisse informações para a classe veterinária. Começamos a escrever em 2012 e com o apoio do CRMV-PR foi possível a finalização, só tenho a agradecer”, comemora Soccol.

O evento contou ainda com palestras da médica Flávia Tremch, que abordou a falta de políticas públicas de prevenção da leishmaniose e a co-infecção da doença com o HIV; da médica veterinária Luciana Chiyo sobre o histórico da doença em Foz do Iguaçu; e do advogado João Sampaio, que reforçou as implicações legais que podem acontecer se o profissional não fizer a notificação obrigatória.

Ao final foi aberta a mesa redonda para perguntas e dela participaram, além dos palestrantes, os presidentes do CRMV-SC e CRMV-MT, e os vice-presidentes do CRMV-RS e CRMV-MS. “Infelizmente a leishmaniose é uma doença negligenciada e, assim como a dengue, vamos aguardar ela aparecer para agir. Estamos esperando que um caso em humanos apareça e que a doença se espalhe para podermos falar em prevenção”, lamentou Camila Jacques, presidente da comissão de saúde pública do CRMV-RS.

Crítica compartilhada por outros profissionais, que pedem por mais ações de prevenção e investimento dos governos federal e estadual bem como das prefeituras municipais. “No Mato Grosso só não tem leishmaniose onde não tem médico veterinário para identificar. A doença é endêmica em Cuiabá e é um problema sério que precisa ser tratado”, alertou o presidente do CRMV-MT, Verton Silva Marques.

A leishmaniose em Foz do Iguaçu


Para o coordenador do CCZ, André Leandro de Souza, o município receber um evento como esse é um marco histórico. “Sem medo de exagerar, fazemos parte da história e a nós cabe muda-la em favor da saúde humana, animal e de igual forma com relação ao ambiente no contexto de saúde única. O fato de a leishmaniose visceral ter começado aqui não nos assusta, em um breve espaço de tempo quero poder comemorar que a doença está sob controle”, espera.

De acordo com levantamento realizado pelo Centro de Controle de Zoonoses de Foz do Iguaçu, atualmente 23% da população de cães do município está infectada com leishmaniose visceral. Só em 2016 foram realizadas 1391 coletas e, desses animais, 469 tiveram duas amostras reagentes.


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