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CRMV-PR abre debate sobre a atuação profissional na área de animais aquáticos


Publicado em: 17/10/2016 11:07 | Categoria: Geral | Autor: Thainá Laureano

 


A Comissão de Animais Selvagens do CRMV-PR realizou no sábado e domingo, em Curitiba, o I Seminário Sobre a Atuação do Médico Veterinário na Área de Animais Aquáticos em Ambientes Costeiros e Oceânicos. O evento reuniu profissionais de diferentes estados com experiência no resgate de aves, mamíferos e tartarugas marinhas para trocar experiências e debater a importância de suas atividades para o meio ambiente e a sociedade.

Em formato de painéis justamente para fomentar a discussão de temas polêmicos, o seminário teve como objetivo reunir proposições e ideias para a elaboração de um documento que possa guiar os profissionais. Os Projetos de Monitoramento de Praias – PMPs foram colocados em pauta como sendo um grande avanço para a área, permitindo o monitoramento do impacto das atividades petrolíferas nos animais aquáticos. Atualmente o Brasil conta com cinco PMPs, sendo o Paraná parte do projeto que integra a orla marítima de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Os médicos veterinários que atuam em projetos como esse atendem animais encalhados, estejam eles vivos ou não; se estiverem mortos, o profissional realiza a necropsia para investigar a causa do óbito, se estiverem vivos acontece o processo de reabilitação. “É preciso tratar o animal para que ele tenha plenas condições de desenvolver suas atividades no ambiente natural. O processo todo deve permitir que ele seja um selvagem sadio, realmente reabilitado, e isso envolve exames clínicos, físicos e todos os que venham a ser necessários”, destaca Letícia Koproski, membro da comissão e do PMP da Bacia de Santos.

Também integrante deste PMP, a médica veterinária Cristiane Kolesnikovas aponta um dos aspectos que fazem do projeto essencial. “Nós literalmente não sabíamos quantos animais encalhavam nesses três estados. Além do controle e monitoramento, existe a importância da sanidade da população. Temos muitas aves migratórias, que mudam de país e podem trazer ou levar doenças como a influenza aviária, newcastle”, ressalta.

Outro ponto que recebeu destaque foi a necessidade de estudos epidemiológicos que possam embasar as atividades do profissional, como afirma Paulo Rogério Mangini. “A soltura desses animais é supervalorizada. Claro que queremos que isso aconteça, é o nosso objetivo, mas acabamos deixando lacunas muito grandes. Temos que ter critérios baseados em ciência. Atualmente não temos conhecimento suficiente para definir protocolos definitivos, tudo é variável”, diz, levantando ainda o debate sobre o conflito existente entre o conceito de medicina e o conceito de conservação do meio ambiente, que pode levar o médico veterinário a escolhas distintas. “Trabalhamos basicamente com dois grupos: espécies ameaçadas e comuns. Como médico veterinário você trata ambos da mesma forma, pois todos são pacientes; mas, dentro do processo de reabilitação e conservação, isso faz diferença”, explica.

Além destes, foram colocados em pauta para posterior discussão temas como a experimentação em cativeiro, a padronização dos projetos de monitoramento em todo o Brasil e a parceria com instituições que realizem estudos científicos na área.

Palestrantes e moderadores


O evento contou com a presença da secretária-geral do CRMV-PR, Itamara Farias, que destacou a importância de debates como este para a formação e qualificação profissional. Também participaram Rogério Lange, Letícia Koproski, Paulo Rogério Mangini, Valéria Teixeira, Eunice de Souza, Felippe Azzolini e Fábio Góes, todos integrantes da Comissão de Animais Selvagens.

E os palestrantes convidados foram: Milton Marcondes, Diretor de Pesquisa do Instituto Baleia Jubarte; Paula Baldassin, da BW Consultoria Veterinária; Daphne Wrobel, do Projeto Tamar; Cristiane Kolesnikovas, presidente da Associação R3 Animal e integrante da Comissão de Animais Selvagens do CRMV-SC; Marcelo Renan Santos, do Instituto Marcos Daniel.


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