Com foco no avanço do status sanitário animal e da economia do Estado, o governo estadual autorizou a nomeação de 35 médicos veterinários para compor o quadro funcional da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná – Adapar. A confirmação veio do Secretário de Agricultura do Estado, Norberto Ortigara, em reunião com o presidente do CRMV-PR, Eliel de Freitas, na manhã desta quarta-feira (05), em Curitiba.

“O Governo do Estado entendeu que a nomeação destes médicos veterinários para integrar as Unidades Locais de Sanidade Agropecuária (ULSA) será determinante para manter a economia funcionando”, afirma Ortigara.

Os 35 novos servidores se somam aos outros 67 efetivados após aprovação em concurso público nos últimos dois anos – 47 na Adapar e 20 na Emater. Os esforços comprovam a importância dada pelo governo estadual à agropecuária paranaense, que conta com grandes empresas do setor privado apostando e investindo na ampliação da produção avícola, suína e bovina, oferecendo proteína animal de qualidade para o Brasil e o mundo.

“O setor privado está investindo no Paraná e isso nos traz grandes oportunidades, como a de ampliar a produção e avançar no status sanitário. O médico veterinário, como o agente de sanidade, é fundamental para garantir que isso seja possível”, diz Eliel de Freitas.

O reforço no quadro funcional já proporcionou melhora efetiva na vigilância sanitária desde 2015. Entre as ações realizadas pode-se citar as barreiras sanitárias para o controle de trânsito animal e o mapeamento das propriedades rurais através do serviço de georreferenciamento, este permitindo a definição de estratégias para controle e prevenção de focos de emergência sanitária. De acordo com o secretário estadual, 100% das propriedades de aves e suínos estão mapeadas com ponto GPS; até o final do ano todas as propriedades de bovinos também estarão marcadas.

Inspeção sanitária

A inspeção sanitária foi outro tema tratado durante a reunião. Segundo Norberto Ortigara, avançaram as conversas para um acordo entre os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, que compõem o Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), para efetivar a equivalência dos serviços estaduais de inspeção de produtos de origem animal.

“Um acordo como este abre mercado para a comercialização dos nossos produtos. Outros estados, entre eles São Paulo, já sinalizaram interesse em integrar o grupo”, garante.

Além disso, ambos defenderam a discussão a nível nacional da revisão do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA). Para Eliel, “a responsabilidade e o interesse em comercializar um produto de qualidade é da indústria, por isso é válida a discussão que abre a possibilidade de cadastramento de médicos veterinários autorizados para a inspeção dos produtos de origem animal. A fiscalização, sim, é de responsabilidade dos governos estadual e federal”.

O secretário apontou ainda o levantamento feito pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que mostra os países desenvolvidos utilizando esse método; apenas Brasil, Uruguai e Argentina mantêm a inspeção sanitária a cargo das instituições públicas.