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Unidades de Vigilância de Zoonoses do Paraná se reuniram em encontro no litoral
As Unidades de Vigilância de Zoonoses dos municípios paranaenses se reuniram nesta quinta-feira (06), em Pontal do Paraná, para debater temas de importância para a saúde pública no Estado. O evento “Meu município precisa de UVZ?” foi realizado pelo CRMV-PR, sob coordenação da Comissão de Saúde Pública.
Foram 10 palestras e uma mesa de discussão, abordando temas como leishmaniose, morcegos em áreas urbanas, esporotricose, saúde única e até mesmo luto. Ao final, o consenso entre os presentes foi que, sim, os municípios precisam de UVZ.
“A pergunta que deve ser feita é ‘Para que o meu município precisa de UVZ?’. Se a resposta relacionada ao recolhimento de animais de rua, então o município precisa de outro tipo de serviço. A UVZ tem um papel muito mais amplo”, destacou Jessé Truppel, da UVZ de Araucária. Segundo o médico veterinário, um dos grandes desafios das vigilâncias de zoonoses é mostrar que sua atuação está ligada a trabalhos de educação ambiental, o monitoramento das zoonoses e na integração com outros setores.
Para André de Souza Leandro, do CCZ de Foz do Iguaçu, é tudo questão de aprendizado. Tido como referência por muitos municípios por estar exposto a inúmeras zoonoses em função da Tríplice Fronteira, o CCZ de Foz vem evoluindo desde sua criação. “Lidamos com diversas culturas, religiões e costumes, mas vamos aprendendo com o tempo, na prática. Hoje aplicamos o conceito de saúde única, está tudo interligado”, afirma.
Questões sobe monitoramento de zoonoses, como a importância dos questionários e censos, também foram discutidas. Em especial sobre a esporotricose, doença que apresenta alguns desafios, mas que tem sido bem trabalhada em Curitiba no sentido de orientação à população e busca de tratamento para os animais contaminados. A Secretaria de Estado da Saúde também está atenta, organizando um protocolo para a zoonose no Paraná com fluxo laboratorial e de notificação.
Outra palestra incluída na programação foi a da psicóloga Alice Frank, que abordou temas pouco discutidos, mas essenciais, como o luto e a saúde mental dos profissionais. “Os médicos veterinários lidam com uma pressão diária e isso pode levar à exaustão e consequentemente ao suicídio. Precisamos falar sobre esses temas, educar os profissionais. O CRMV-PR está de parabéns por abrir este espaço”, elogiou.
Assista às entrevistas em vídeo com os palestrantes em nosso canal no youtube: https://goo.gl/Gd9w8r